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Nações Unidas põe fim à missão de paz na Costa do Marfim após 13 anos

30/06/2017 08h37

Abidjan, 30 jun (EFE).- A missão de manutenção de paz das Nações Unidas na Costa do Marfim (Onuci) chegou nesta sexta-feira ao seu fim, depois de 13 anos de trabalho, um mandato que a chefe da missão qualificou de "história de sucesso" e após o qual o país "seguirá em frente".

Por causa da saída definitiva da Onuci, a representante especial do secretário geral da ONU para a Costa do Marfim e chefe da missão, Aïchatou Mindaoudo, assegurou que o país "vai seguir em frente", em uma cerimônia realizada ontem em Abidjan, maior cidade do país.

"A missão na Costa do Marfim foi um sucesso. O nosso país encontrou a paz", disse o ministro de Estado, Hamed Bakayoko, pondo fim à resolução 2284 da ONU, que transfere as suas funções residuais para o Governo e associados, conforme publica hoje a imprensa local.

A última crise da Costa do Marfim começou em 2010, quando o então presidente, Laurent Gbagbo, se negou a aceitar sua derrota eleitoral, apesar da pressão internacional.

Com cerca de 3.000 mortos e milhares mais de deslocados em seis meses de combates, o conflito terminou em abril de 2011, quando as forças leais ao vencedor das eleições, Alassane Ouattara, com apoio da França e da ONU, detiveram Gbagbo e sua esposa.

A organização Human Rights Watch (HRW) pediu hoje ao Governo da Costa do Marfim para "redobrar seus esforços para abordar os graves problemas de direitos humanos", depois que a missão de manutenção de paz chegou ao seu fim.

Ainda que o país tenha vivido seis anos de relativa paz e segurança desde a crise pós-eleitoral, a HRW considerou inadequada a evolução do Governo para uma "cultura de impunidade" e "falta de disciplina do Exército (...), algo que ameaça a paz e o desenvolvimento do país".

Após a saída da Onuci, "o Governo da Costa do Marfim é agora o único responsável pelos desafios de direitos humanos que ameaçam a estabilidade a longo prazo, ou seja, abordar a impunidade e as causas das tensões políticas e étnicas", disse o pesquisador da HRW na África Ocidental, Jim Wormington.