Turcos e gregos elevam o tom e esticam negociação para reunificação do Chipre
Crans-Montana (Suíça), 30 jun (EFE).- As partes no processo de negociação para a reunificação do Chipre elevaram o tom nas últimas horas, com um ultimato turco definido pela Grécia como uma "chantagem".
"A Turquia não conseguiu nos chantagear na quinta-feira. Não vamos permitir que ninguém peça tudo ou nada", disse nesta sexta-feira o ministro de Relações Exteriores grego, Nikos Kotzias, quando entrava no local onde está sendo realizada a reunião plenária de todas as partes envolvidas junto com o secretário-geral da ONU, António Guterres, que hoje se uniu ao diálogo.
Kotzias se referia às palavras na véspera de seu colega turco, Mevlüt Çavusoglu, que advertiu que esta era a última oportunidade para o processo de reunificação e que se não fosse aproveitada, não haveria outra.
"A negociação foi realizada para alcançar um compromisso que beneficie todas as partes. Eu expliquei a meus colegas que a parte grega e a greco-cipriota têm a seu favor o direito internacional, enquanto a outra parte é ocupante", acrescentou Kotzias no início do terceiro dia do diálogo auspiciado pela ONU.
A advertência turca chegou ontem pela tarde, depois que Çavusoglu apresentou pela manhã uma proposta que incluía a retirada do grosso de suas tropas que estão na parte norte da ilha desde que a ocupou em 1974, após uma tentativa de anexação por parte da Grécia.
Fontes próximas à negociação confirmaram hoje à Agência Efe que Ancara ofereceu efetivamente a retirada de 80% das tropas após o acordo e o resto de forma paulatina.
Os líderes gregos insistiram que querem uma retirada total das tropas turcas e Ancara respondeu que era uma demanda irreal pensar que iria aniquilar o sistema de garantias estabelecido na ilha desde a independência do país em 1960.
O acordo de independência designou três países fiadores, Grécia, Reino Unido e Turquia, e é por isso que as três nações participam ativamente das negociações de reunificação.
Precisamente, ontem Londres sugeriu a possibilidade que o acordo estabelecesse uma cláusula pela qual se uma comunidade se sentisse agravada ou acreditasse que o acordo estiver sendo descumprido, possa pedir a assistência imediata do secretário-geral da ONU.
Ancara rejeita, por sua vez, a possibilidade inclusive de uma força de paz internacional porque não acredita que possam contribuir para a segurança que a comunidade turco-cipriota necessita.
De fato, Çavusoglu reiterou uma anterior proposta pelas "quatro liberdades" aos cidadãos turcos - não cipriotas - que residirão na ilha após um acordo: liberdade de movimento para mercadorias, pessoas, serviços e capitais.
Nicósia e Atenas recusam a proposta, ao considerar que esta é uma questão que se refere às relações da Turquia com a UE e não ao problema do Chipre.
Além das propostas e da possibilidade de ser aceitas ou não, o que a ONU, a UE e o Reino Unido entendem, segundo fontes próximas ao processo, é que pelo menos a Turquia está apresentando propostas, enquanto os gregos ainda não cederam em nada e se mantêm nos seus planejamentos.
Guterres tem agora a dura tarefa de desbloquear o impasse e destravar o processo.
"A Turquia não conseguiu nos chantagear na quinta-feira. Não vamos permitir que ninguém peça tudo ou nada", disse nesta sexta-feira o ministro de Relações Exteriores grego, Nikos Kotzias, quando entrava no local onde está sendo realizada a reunião plenária de todas as partes envolvidas junto com o secretário-geral da ONU, António Guterres, que hoje se uniu ao diálogo.
Kotzias se referia às palavras na véspera de seu colega turco, Mevlüt Çavusoglu, que advertiu que esta era a última oportunidade para o processo de reunificação e que se não fosse aproveitada, não haveria outra.
"A negociação foi realizada para alcançar um compromisso que beneficie todas as partes. Eu expliquei a meus colegas que a parte grega e a greco-cipriota têm a seu favor o direito internacional, enquanto a outra parte é ocupante", acrescentou Kotzias no início do terceiro dia do diálogo auspiciado pela ONU.
A advertência turca chegou ontem pela tarde, depois que Çavusoglu apresentou pela manhã uma proposta que incluía a retirada do grosso de suas tropas que estão na parte norte da ilha desde que a ocupou em 1974, após uma tentativa de anexação por parte da Grécia.
Fontes próximas à negociação confirmaram hoje à Agência Efe que Ancara ofereceu efetivamente a retirada de 80% das tropas após o acordo e o resto de forma paulatina.
Os líderes gregos insistiram que querem uma retirada total das tropas turcas e Ancara respondeu que era uma demanda irreal pensar que iria aniquilar o sistema de garantias estabelecido na ilha desde a independência do país em 1960.
O acordo de independência designou três países fiadores, Grécia, Reino Unido e Turquia, e é por isso que as três nações participam ativamente das negociações de reunificação.
Precisamente, ontem Londres sugeriu a possibilidade que o acordo estabelecesse uma cláusula pela qual se uma comunidade se sentisse agravada ou acreditasse que o acordo estiver sendo descumprido, possa pedir a assistência imediata do secretário-geral da ONU.
Ancara rejeita, por sua vez, a possibilidade inclusive de uma força de paz internacional porque não acredita que possam contribuir para a segurança que a comunidade turco-cipriota necessita.
De fato, Çavusoglu reiterou uma anterior proposta pelas "quatro liberdades" aos cidadãos turcos - não cipriotas - que residirão na ilha após um acordo: liberdade de movimento para mercadorias, pessoas, serviços e capitais.
Nicósia e Atenas recusam a proposta, ao considerar que esta é uma questão que se refere às relações da Turquia com a UE e não ao problema do Chipre.
Além das propostas e da possibilidade de ser aceitas ou não, o que a ONU, a UE e o Reino Unido entendem, segundo fontes próximas ao processo, é que pelo menos a Turquia está apresentando propostas, enquanto os gregos ainda não cederam em nada e se mantêm nos seus planejamentos.
Guterres tem agora a dura tarefa de desbloquear o impasse e destravar o processo.
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