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EUA negam ter financiado supostos grupos separatistas na Bolívia

26/07/2017 22h55

La Paz, 26 jul (EFE).- A embaixada dos Estados Unidos na Bolívia negou nesta quarta-feira as acusações do presidente do país, Evo Morales, de um suposto patrocínio de US$ 4 milhões da agência americana Usaid a movimentos supostamente separatistas em regiões bolivianas que exigiam autonomia em 2008.

Em um comunicado divulgado hoje, a representação diplomática dos EUA afirmou que as acusações são "graves, complemente infundadas e se baseiam em invenções ideológicas". Além disso, disse que Morales usou uma fonte que "carece totalmente de credibilidade".

"Todos os programas da agência de cooperação Usaid são aprovados pelo Congresso dos EUA e anunciados publicamente, sendo de conhecimento de autoridades do governo da Bolívia. O governo dos EUA não esteve envolvido em nenhum movimento separatista na Bolívia", ressalta o comunicado.

A embaixada americana respondeu dessa forma às acusações de Morales, que se baseou em informações reveladas pelo jornalista noruguês Eirik Vold como parte de suas investigações sobre os documentos do Wikileaks.

"Segundo e-mails enviados entre 2006 e 2009, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento (Usaid) entregou pelo menos US$ 4 milhões a movimentos separatistas da região conhecida como 'Meia Lua', que é integrada pelos departamentos do leste da Bolívia", disse Morales na última segunda-feira.

Morales se referia aos protestos ocorridos nos departamentos de Pando, Beni, Santa Cruz e Tarija, que em 2008 se mobilizaram contra o presidente para clamar autonomia.

Segundo a versão de Morales, os governos dessas regiões receberam financiamento, como também teria ocorrido com os movimentos indígenas de oposição ao governo.

Além disso, Morales disse que os documentos revelados pelo Wikileaks mostram que os EUA consideraram um plano para matá-lo.

O presidente da Bolívia acusou várias vezes os EUA de ter apoiado planos para assassiná-lo ou para dividir o país, algo que sempre foi rejeitado pela Casa Branca.

Os dois países não tem relação em nível de embaixadores desde 2008, quando Morales expulsou o então embaixador americano em La Paz, Philip Goldberg, acusando de conspiração e ingerência política.

Os EUA responderam com a expulsão do então embaixador boliviano em Washington, Gustavo Guzman.

O retorno dos embaixadores não foi possível apesar de os países terem assinado em 2011 um acordo para avançar na normalização das relações bilaterais.