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Tanzânia exige que Acnur repatrie refugiados que querem voltar ao Burundi

25/08/2017 13h36

Dar es Salam, 25 ago (EFE).- O ministro de Assuntos Internos da Tanzânia, Mwigulu Nchemba, deu um prazo de sete dias à Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) para que repatrie os refugiados do Burundi que querem voltar ao país, se não, disse, a Tanzânia tomará as devidas providências.

O Governo da Tanzânia deu assim um ultimato às Nações Unidas para que ajude a repatriar os refugiados que querem voltar ao Burundi, apenas um mês depois que o presidente do país, Pierre Nkurunzinza, disse aos refugiados que o país é agora um lugar seguro.

Nechemba, que visitou ontem o campo de refugiados de Nduta, no oeste do país, pediu à Acnur que frete caminhões para transportar os refugiados de volta para casa, porque se não, disse, utilizará caminhões militares para fazer.

Pelo menos 8 mil refugiados do campo de Nduta teriam se registrado para uma repatriação voluntária ao Burundi.

O ministro acusou as Nações Unidas de atrasar a volta dos refugiados ao Burundi e insistiu que deve de fazer isso imediatamente.

A Acnur estima que atualmente haja 249 mil cidadãos do Burundi que fugiram da agitação política no país e se refugiaram na Tanzânia e segundo os últimos dados cerca de 410 mil pessoas fugiram do Burundi desde abril de 2015.

A Tanzânia acolhe a maioria de refugiados burundineses em três campos superlotados, enquanto Ruanda se ocupa de aproximadamente 84 mil burundineses, Uganda de 45 mil e a República Democrática do Congo (RDC) de cerca de 41 mil.

Um número menor de burundineses fugiu também para o Quênia, Zâmbia, Moçambique, Malawi e África do Sul.

O Burundi está afundado no caos desde a onda de protestos surgida em abril de 2015, quando o presidente, Pierre Nkurunziza, anunciou que concorreria pela terceira vez consecutiva às eleições, algo proibido pela Constituição e que violava os acordos que acabaram com uma extensa guerra civil em 2005.

Desde então, no país africano morreram centenas de pessoas e cerca de meio milhão foram obrigadas a deixar seus lares, segundo dados da ONU, que também alertou de um possível genocídio.