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UE diz que não há "progressos decisivos" em temas principais do "Brexit"

31/08/2017 11h50

Bruxelas, 31 ago (EFE).- O negociador chefe do "Brexit", Michel Barnier, admitiu nesta quinta-feira que não houve "progressos decisivos" nas questões principais sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), como os direitos dos cidadãos e o acordo financeiro, durante a terceira rodada de negociações.

"Não conseguimos nenhum progresso decisivo sobre os temas principais, se bem que a discussão sobre a Irlanda foi frutífera", declarou o político francês em coletiva de imprensa conjunta com o ministro britânico para o "Brexit", David Davis.

Barnier também assumiu que, "no ritmo atual" das conversas, a equipe negociadora se encontra "longe de constatar um progresso suficiente" para poder recomendar ao Conselho Europeu o início das discussões sobre a futura relação entre Bruxelas e Londres.

Os 27 chefes de Estado e de Governo dos países que permanecerão no bloco após a saída britânica tinham previsto que em outubro deste ano haveria um progresso suficiente em tópicos como o acordo financeiro, os direitos dos cidadãos e a fronteira entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda.

A expectativa para a cúpula europeia desse mês era dar sinal verde para o início de uma segunda fase de conversas centradas na futura relação entre o Reino Unido e os 27, embora fontes comunitárias já tenham reconhecido na semana passada que será difícil cumprir esse prazo.

"Estou preocupado. O tempo passa rápido, é um prazo curto e a cada dia que passa nos aproximamos mais da data de saída do Reino Unido da União Europeia, o 29 de março de 2019, à meia-noite", disse Barnier, que se perguntou se até lá será possível uma saída ordenada, opção preferida do francês e de sua equipe, ou se Londres abandonará a UE sem um acordo.

O negociador chefe da Comissão Europeia (CE) admitiu ter havido "autênticos progressos" sobre a área comum de viagem entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda e que se esclareceu "o trabalho pendente na cooperação entre o norte e o sul a partir do Acordo de Paz da Sexta-Feira Santa.

"Mas o tempo pressiona para alcançar, como nós desejamos, um acordo global", ressaltou o ex-comissário europeu.