Direita ganha força em eleições do Senado francês decepcionando Macron
Paris, 24 set (EFE). - A renovação de metade do Senado francês neste domingo, com o voto de "grandes eleitores", decepcionou o presidente do país, Emmanuel Macron, que viu a sua representação ser reduzida, enquanto a direita aumentou a hegemonia mais do que o esperado e os socialistas não sofreram mudanças.
O partido de Macron, o Em Movimento (social liberal), que tinha ido bem nas eleições legislativas de junho, com ampla maioria na Assembleia Nacional, não conseguiu sequer repetir as 29 cadeiras que tinha na antiga formação do Senado, essencialmente socialista e que tinha passado para o lado do presidente.
Na falta de um assento, o Em Movimento tinha apenas 23, longe dos 45 a 50 que ainda esta semana antecipava o presidente do grupo, François Patriat, e dos 60 que o próprio tinha anunciado publicamente há poucos meses.
Já se esperava que a grande formação da direita, Os Republicanos, fosse a vencedora das eleições que tinha 76.359 "grandes eleitores" convocados - mais de 95% eram representantes de prefeituras -, mas que não aumentaram significativamente o seu peso. O fato é que mesmo sem os resultados totalmente definidos, o grupo já tinha garantido 149 cadeiras, cinco a mais do que na votação passada.
Também saiu reforçada a Aliança Centrista, que passou de 42 para 48 cadeiras, enquanto que o Partido Socialista viu reduzida a sua participação (de 86 para 68), mas muito menos do que a severa perda que sofreu nas eleições presidenciais e nas legislativas.
A Frente Nacional não conseguiu avançar (o fez em votos, mas sem tradução em cadeiras) e se manteve com dois senadores, ao mesmo tempo que o Partido Comunista (PCF) viu cortados os seus representantes em mais da metade (de 19 para 8, em princípio), mas deve poder manter o seu grupo parlamentar.
Todo isso se deve, em primeiro lugar, a estas eleições tão peculiares - pela composição dos votantes -, um reflexo quase exato das eleições municipais de 2014, quando o Em Movimento não existia, e quando a direita arrasou, ao desbancar os socialistas do poder nas prefeituras das grandes cidades. Mas também - e essa não era muito previsível - a inquietação dos responsáveis municipais com algumas reformas e com algumas medidas anunciadas por Macron que os afetam diretamente, como a eliminação progressiva para 80% dos contribuintes de um dos principais impostos que os governos municipais recebem, a taxa da moradia.
O presidente em fim de mandato do Senado, Gérard Larcher (Os Republicanos), disse que os grandes eleitores que votaram hoje "mostraram a sua vontade por um contrapoder parlamentar", após o cenário formado nas eleições legislativas de junho em que "todo o poder estava concentrado" na maioria de Macron. Se amparando também na desconfiança das prefeituras com o chefe do Estado, Larcher considerou que o novo Senado "deverá ser fiador do equilíbrio dos territórios e de poderes".
Aguardando o resultado final, fica longe a ambição de Macron de engordar com o seu próprio partido e com os seus aliados diretos - os centristas e alguns socialistas - a lista de parlamentares para contar com três quintos do total (555 entre deputados e senadores) e poder fazer a reforma constitucional que tem programada para o ano que vem sem passar pelo referendo.
Isso não impede, de qualquer forma, que o presidente busque apoios para essa reforma das instituições em outros partidos, sobretudo se materializar a constituição nos Republicanos de um grupo dos que se fazem chamar "construtivos", ou seja, suscetíveis de apoiar Macron pontualmente.
O partido de Macron, o Em Movimento (social liberal), que tinha ido bem nas eleições legislativas de junho, com ampla maioria na Assembleia Nacional, não conseguiu sequer repetir as 29 cadeiras que tinha na antiga formação do Senado, essencialmente socialista e que tinha passado para o lado do presidente.
Na falta de um assento, o Em Movimento tinha apenas 23, longe dos 45 a 50 que ainda esta semana antecipava o presidente do grupo, François Patriat, e dos 60 que o próprio tinha anunciado publicamente há poucos meses.
Já se esperava que a grande formação da direita, Os Republicanos, fosse a vencedora das eleições que tinha 76.359 "grandes eleitores" convocados - mais de 95% eram representantes de prefeituras -, mas que não aumentaram significativamente o seu peso. O fato é que mesmo sem os resultados totalmente definidos, o grupo já tinha garantido 149 cadeiras, cinco a mais do que na votação passada.
Também saiu reforçada a Aliança Centrista, que passou de 42 para 48 cadeiras, enquanto que o Partido Socialista viu reduzida a sua participação (de 86 para 68), mas muito menos do que a severa perda que sofreu nas eleições presidenciais e nas legislativas.
A Frente Nacional não conseguiu avançar (o fez em votos, mas sem tradução em cadeiras) e se manteve com dois senadores, ao mesmo tempo que o Partido Comunista (PCF) viu cortados os seus representantes em mais da metade (de 19 para 8, em princípio), mas deve poder manter o seu grupo parlamentar.
Todo isso se deve, em primeiro lugar, a estas eleições tão peculiares - pela composição dos votantes -, um reflexo quase exato das eleições municipais de 2014, quando o Em Movimento não existia, e quando a direita arrasou, ao desbancar os socialistas do poder nas prefeituras das grandes cidades. Mas também - e essa não era muito previsível - a inquietação dos responsáveis municipais com algumas reformas e com algumas medidas anunciadas por Macron que os afetam diretamente, como a eliminação progressiva para 80% dos contribuintes de um dos principais impostos que os governos municipais recebem, a taxa da moradia.
O presidente em fim de mandato do Senado, Gérard Larcher (Os Republicanos), disse que os grandes eleitores que votaram hoje "mostraram a sua vontade por um contrapoder parlamentar", após o cenário formado nas eleições legislativas de junho em que "todo o poder estava concentrado" na maioria de Macron. Se amparando também na desconfiança das prefeituras com o chefe do Estado, Larcher considerou que o novo Senado "deverá ser fiador do equilíbrio dos territórios e de poderes".
Aguardando o resultado final, fica longe a ambição de Macron de engordar com o seu próprio partido e com os seus aliados diretos - os centristas e alguns socialistas - a lista de parlamentares para contar com três quintos do total (555 entre deputados e senadores) e poder fazer a reforma constitucional que tem programada para o ano que vem sem passar pelo referendo.
Isso não impede, de qualquer forma, que o presidente busque apoios para essa reforma das instituições em outros partidos, sobretudo se materializar a constituição nos Republicanos de um grupo dos que se fazem chamar "construtivos", ou seja, suscetíveis de apoiar Macron pontualmente.
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