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Espanha garantirá ao resto da UE que não haverá referendo na Catalunha

28/09/2017 15h59

Tallinn, 28 set (EFE).- O governo da Espanha informará aos seus parceiros europeus durante a cúpula informal de líderes da União Europeia (UE) em Tallinn, da qual não participará o presidente do governo, Mariano Rajoy, que não haverá referendo na Catalunha e, a partir daí, poderá haver diálogo.

A informação foi confirmada nesta quinta-feira por fontes governamentais espanholas em Tallinn, onde nesta noite se reúnem os líderes da UE em um jantar informal antes da cúpula de amanhã, também de caráter informal, em torno do futuro digital na Europa.

A Espanha afirmará aos seus sócios "que não vai haver um referendo, que a legalidade (...) vai se restabelecer na Catalunha e que, a partir daí, uma vez estejamos de novo no marco da legalidade constitucional, o governo, como sempre, estará disposto a dialogar", assinalaram as fontes governamentais.

O Executivo espanhol não pediu aos seus parceiros da UE uma declaração expressa sobre a Catalunha e descarta uma mediação de Bruxelas, uma vez que o Executivo está disposto a dialogar quando a legalidade for restaurada.

"É preciso mergulhar e ficar muito tempo embaixo d'água para encontrar uma mínima fissura" no apoio internacional à legalidade espanhola, ressaltaram as fontes, que não duvidam do respaldo dos parceiros europeus.

Apesar da tensão em relação ao referendo convocado para 1º de outubro, a Espanha não abre mão da candidatura de Barcelona para receber a sede da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), que deixará Londres como consequência do "Brexit".

"A votação é em 20 de novembro. Até lá, a legalidade, como não pode ser de outra forma, imperará na Catalunha", garantiram as fontes, que reconheceram que "este não é o melhor momento para pedir votos".

O presidente do governo espanhol cancelou ontem a viagem que faria a Tallinn devido à situação que se vive na Catalunha, segundo fontes oficiais.

Os chefes de Estado e governo da UE terão um primeiro encontro esta noite em um jantar informal no qual abordarão a política migratória e o progresso da união econômica e monetária, segundo adiantou esta semana o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, na carta de convite aos líderes.

Outros assuntos, como as negociações sobre o "Brexit", cuja quarta rodada terminou hoje, e as propostas apresentadas esta semana pelo presidente francês, Emmanuel Macron, para a reforma do bloco, poderiam ser tratadas no jantar ou à margem da reunião de sexta.

A cúpula de amanhã estará centrada na agenda digital, a prioridade da presidência atual do Conselho da UE, que neste semestre é exercida pela Estônia.