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Governo catalão espera contar com 2.315 colégios eleitorais para referendo

29/09/2017 10h11

(Atualiza com mais dados).

Barcelona (Espanha), 29 set (EFE).- O governo da região espanhola da Catalunha pretende contar com 2.315 colégios eleitorais para tentar realizar no domingo seu referendo independentista, no qual 7.235 pessoas trabalhariam voluntariamente e poderiam votar cerca de 5,34 milhões de cidadãos, apesar da proibição judicial.

Vários integrantes do Executivo catalão apresentaram nesta sexta-feira à imprensa em Barcelona, capital da Catalunha, os preparativos para essa consulta, que o governo espanhol considera ilegal e que disse que impedirá por todos os meios.

As forças de segurança do Estado já apreenderam milhões de cédulas de votação e de cartas que seriam enviadas aos cidadãos para que trabalhem nos colégios eleitorais.

Essa prática foi definida hoje pelo conselheiro da presidência catalã, Jordi Turull, como uma atuação "desproporcional" do governo espanhol para impedir o referendo, "atacando direitos fundamentais".

Enquanto isso, o Tribunal Superior de Justiça da Catalunha ordenou que a polícia local e a guarda civil protejam o material de propriedade do Estado que estão nos depósitos das câmaras municipais, principalmente as urnas usadas em processos eleitorais.

Em um auto, a juíza do TSJC que tramita o processo contra o governo catalão por convocar o referendo, Mercedes Armas, aceita o pedido do Ministério Público para que se mantenha vigente a ordem ditada na quarta-feira passada à polícia local da Catalunha para que impedisse que as urnas do Estado fossem usadas para o referendo de 1º de outubro.

A resposta dos líderes separatistas foi apresentar um modelo de urna diferente ao usado em outros processos eleitorais e que consiste em um recipiente de plástico branco com o emblema da região.

Turull disse ainda que haverá um conjunto de acadêmicos e profissionais que atuarão como uma junta eleitoral para certificar os resultados da consulta e cujos nomes serão anunciados no próximo domingo.

Os integrantes da Junta Eleitoral, cujo trabalho é supervisionar os processos eleitorais, renunciaram dias atrás para evitar as multas do Tribunal Constitucional.

Na mesma coletiva de imprensa, o vice-presidente do Executivo catalão, Oriol Junqueras, assegurou que haverá "alternativas" - que não detalhou - onde as forças de segurança tentarem impedir a votação.

"Mesmo que alguém pretenda atacar colégios eleitorais em outro gesto antidemocrático, os cidadãos da Catalunha poderão votar este domingo e estamos convencidos que os resultados terão toda a validade que lhes corresponde", ressaltou Junqueras.

Todas as iniciativas adotadas pelo governo e o parlamento da região da Catalunha em relação à consulta de 1º de outubro foram recorridas pelo gabinete do presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, e canceladas pelos tribunais por não se adequarem ao marco constitucional da Espanha.