Topo

Premiê belga se distancia de "oferta" de asilo a líder catalão

29/10/2017 14h11

Bruxelas, 29 out (EFE).- O primeiro-ministro da Bélgica, Charles Michel, pediu neste domingo ao secretário de Estado de Migração e Asilo de seu país, Theo Francken, que não jogasse mais "lenha na fogueira", depois que este declarou que o ex-presidente do governo regional da Catalunha, Carles Puigdemont, poderia pedir asilo político à Bélgica.

Em comunicado dirigido à agência "Belga", Michel assinalou que o asilo para Puigdemont "não está em absoluto na ordem do dia" do governo.

"Peço a Theo Francken que não jogue mais lenha na fogueira", assinalou o primeiro-ministro, que, além disso, reiterou seu pedido de diálogo entre as autoridades espanholas e catalãs.

"O presidente catalão Puigdemont pode solicitar asilo político" na Bélgica, escreveu hoje Francken no Twitter.

Antes disso, e segundo a rede de televisão pública da Bélgica "VRT News", o secretário de Estado de Migração e Asilo indicou que seu país poderia ser uma saída para Puigdemont, caso o ex-presidente catalão corra o risco de ser preso.

"Os catalães que se sentem politicamente ameaçados podem solicitar asilo na Bélgica. Puigdemont também pertence a eles. Isso é totalmente legítimo", indicou Francken à "VRT News".

Francken disse a essa emissora que "a situação na Catalunha está se deteriorando. Podemos supor, de maneira realista, que alguns catalães vão pedir asilo na Bélgica. E eles podem, a lei está aí. Eles poderão pedir uma proteção e apresentar um pedido de asilo, e resolveremos isto de maneira conveniente", afirmou o secretário de Estado de Migração e Asilo belga.

"Neste momento, ainda não há uma solicitação, mas tudo evolui muito rápido. Veremos o que vai acontecer nos próximos dias e horas", indicou Francken.

Além disso, o secretário de Estado de Migração e Asilo belga questionou a possibilidade de Puigdemont ser alvo de um processo na Espanha.

O porta-voz do Partido Popular (PP) da Espanha no Parlamento Europeu, Esteban González Pons, opinou hoje que Francken descumpriu os princípios de solidariedade e parceria dos países na União Europeia.

"Sem nenhum motivo nem competências para isso, e se antecipando a qualquer acontecimento, Francken se permite avaliar um possível julgamento de Puigdemont, fazendo graves acusações ao sistema judicial espanhol, ao trabalho dos juízes espanhóis, e ao Estado de Direito na Espanha", disse González Pons em comunicado.