Alta abstenção volta a chamar atenção nas eleições na Argélia
Argel, 23 nov (EFE).- A alta abstenção dominou mais uma vez um processo eleitoral na Argélia, desta vez nas eleições municipais e regionais, nas quais aproximadamente 65% dos eleitores deixaram de votar.
Cerca de 23 milhões de argelinos foram convocados às urnas para decidir os governantes de 1.541 municípios e 40 regionais entre os mais de 165 mil candidatos reunidos em dezenas de partidos.
Mas, apesar dos esforços do governo - que decretou feriado nesta quinta-feira -, a poucas horas para o encerramento do pleito, apenas 34% dos eleitores tinham votado, segundo dados divulgados pelo Ministério do Interior argelino.
O ministro do Interior, Nureddin Bedui, que no início do dia garantiu que a abstenção é um elemento normal em qualquer processo eleitoral, anunciou que o fechamento dos centros de votação seria adiado em uma hora para incentivar os atrasados.
Situação similar aconteceu nas eleições legislativas de maio deste ano, nas quais a abstenção beirou 64%, número recorde desde que a Argélia adotou o sistema pluripartidário em 1989.
"Nunca votei, os candidatos não merecem que alguém vote neles porque os políticos simplesmente mentem. Sempre fazem promessas que não cumprem, não confio no que dizem ", disse Mohammed, um jovem que decidiu abrir sua loja nesta manhã.
Nos centros de votação próximos era pequena a presença dos jovens, e havia mais funcionários do governo e agentes de segurança que eleitores, a maioria homens de idade avançada como Saddek Chban, de 72 anos, que disse que nunca deixou de votar.
"Voto é democracia, descumprir o seu dever é dar lugar ao oportunismo e à mediocridade. Se alguém não cumpre o seu dever, que não reclame", disse Chban, que lutou na Guerra de Independência da Argélia e lamentou o estado atual do país.
Mais combativo, Omar Benbrahim, de 68 anos, disse que estava votando "para que haja uma mudança radical para todo o país e o limpe dos resíduos e das pessoas que não querem trabalhar para o bem", ressaltou.
Neste ambiente de desinteresse da população pelo processo eleitoral, o momento mais transcendente do dia foi a chegada do presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, longe das aparições públicas desde que sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) em 2013.
Pela manhã, a televisão pública argelina mostrou imagens do governante em um centro de votação do bairro de El Biar, na capital Argel, onde votou junto aos irmãos Said e Nacer.
Ao contrário das últimas eleições legislativas, desta vez a imprensa estrangeira foi afastada do ato, que ocorreu entre rígidas medidas de segurança.
O verdadeiro estado de saúde de Bouteflika, que há anos não fala em público, é um mistério que gera dúvidas e incerteza em um país que está imerso em uma grave crise econômica. Nos últimos meses cresceram consideravelmente os pedidos para que o presidente seja inabilitado.
As imagens oficiais mostraram o líder, de 80 anos, sentado como habitualmente em uma cadeira de rodas, empurrada por um dos guarda-costas.
O dia também foi marcado por alguns atos de vandalismo na cidade litorânea de Bujia, na região da Cabília, onde grupos de jovens tentaram impedir a votação para denunciar uma suposta manipulação do processo eleitoral.
Nas províncias de Blida e Tipasa, centenas de cidadãos perceberam ao chegarem nos centros de votação que seus nomes não constavam nas listas de eleitores, embora tenham levado todos os comprovantes necessários.
As eleições legislativas de maio tiveram como vencedor a Frente de Libertação Nacional (FLN), de Bouteflika, partido que governa desde a independência do país, em 1962, e que conta com o favoritismo para este pleito.
Cerca de 23 milhões de argelinos foram convocados às urnas para decidir os governantes de 1.541 municípios e 40 regionais entre os mais de 165 mil candidatos reunidos em dezenas de partidos.
Mas, apesar dos esforços do governo - que decretou feriado nesta quinta-feira -, a poucas horas para o encerramento do pleito, apenas 34% dos eleitores tinham votado, segundo dados divulgados pelo Ministério do Interior argelino.
O ministro do Interior, Nureddin Bedui, que no início do dia garantiu que a abstenção é um elemento normal em qualquer processo eleitoral, anunciou que o fechamento dos centros de votação seria adiado em uma hora para incentivar os atrasados.
Situação similar aconteceu nas eleições legislativas de maio deste ano, nas quais a abstenção beirou 64%, número recorde desde que a Argélia adotou o sistema pluripartidário em 1989.
"Nunca votei, os candidatos não merecem que alguém vote neles porque os políticos simplesmente mentem. Sempre fazem promessas que não cumprem, não confio no que dizem ", disse Mohammed, um jovem que decidiu abrir sua loja nesta manhã.
Nos centros de votação próximos era pequena a presença dos jovens, e havia mais funcionários do governo e agentes de segurança que eleitores, a maioria homens de idade avançada como Saddek Chban, de 72 anos, que disse que nunca deixou de votar.
"Voto é democracia, descumprir o seu dever é dar lugar ao oportunismo e à mediocridade. Se alguém não cumpre o seu dever, que não reclame", disse Chban, que lutou na Guerra de Independência da Argélia e lamentou o estado atual do país.
Mais combativo, Omar Benbrahim, de 68 anos, disse que estava votando "para que haja uma mudança radical para todo o país e o limpe dos resíduos e das pessoas que não querem trabalhar para o bem", ressaltou.
Neste ambiente de desinteresse da população pelo processo eleitoral, o momento mais transcendente do dia foi a chegada do presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, longe das aparições públicas desde que sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) em 2013.
Pela manhã, a televisão pública argelina mostrou imagens do governante em um centro de votação do bairro de El Biar, na capital Argel, onde votou junto aos irmãos Said e Nacer.
Ao contrário das últimas eleições legislativas, desta vez a imprensa estrangeira foi afastada do ato, que ocorreu entre rígidas medidas de segurança.
O verdadeiro estado de saúde de Bouteflika, que há anos não fala em público, é um mistério que gera dúvidas e incerteza em um país que está imerso em uma grave crise econômica. Nos últimos meses cresceram consideravelmente os pedidos para que o presidente seja inabilitado.
As imagens oficiais mostraram o líder, de 80 anos, sentado como habitualmente em uma cadeira de rodas, empurrada por um dos guarda-costas.
O dia também foi marcado por alguns atos de vandalismo na cidade litorânea de Bujia, na região da Cabília, onde grupos de jovens tentaram impedir a votação para denunciar uma suposta manipulação do processo eleitoral.
Nas províncias de Blida e Tipasa, centenas de cidadãos perceberam ao chegarem nos centros de votação que seus nomes não constavam nas listas de eleitores, embora tenham levado todos os comprovantes necessários.
As eleições legislativas de maio tiveram como vencedor a Frente de Libertação Nacional (FLN), de Bouteflika, partido que governa desde a independência do país, em 1962, e que conta com o favoritismo para este pleito.
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