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Foragido, opositor venezuelano quer ficar na Espanha, mas sem asilo político

28/11/2017 16h01

Washington, 28 nov (EFE).- O opositor venezuelano Antonio Ledezma, foragido da Justiça de seu país desde o último dia 17, não quer asilo político na Espanha, mas sim ficar em Madri com outro status migratório, informou nesta terça-feira seu porta-voz, Daniel Ackerman.

"O tema do asilo é uma informação que não foi verificada antes de ser divulgada. Não é certo, ele não pediu asilo, a situação é que ele conversou com o presidente (do Governo espanhol, Mariano) Rajoy para pedir uma situação migratória que lhe permita viajar por outros países do mundo e poder ficar baseado em Madri sem a necessidade de ter asilo", disse Ackerman a jornalistas na sede da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington.

O porta-voz afirmou não saber o nome concreto da "figura migratória" que Ledezma pediu e insistiu que o opositor, ex-prefeito de Caracas, "agora mesmo não pede o asilo, não é uma situação que deseje", sem dar mais explicações.

"Ele tem o passaporte venezuelano, não tem outro, pode ficar na Espanha até três meses, como qualquer pessoa normal. O que foi pedido ao governo (espanhol) é uma mobilidade maior a esses três meses", contou Ackerman.

O porta-voz de Ledezma falou com jornalistas sobre o possível pedido de asilo porque na breve entrevista coletiva do opositor com o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, foram permitidas poucas perguntas, e não houve oportunidade para que o ex-prefeito se pronunciasse sobre o tema.

No dia 24, o ministro porta-voz do governo espanhol, Íñigo Méndez de Vigo, informou em uma entrevista coletiva que Ledezma tinha pedido asilo político na Espanha.

No entanto, em sua chegada à Espanha, no dia 18, procedente da Colômbia, o opositor venezuelano já tinha afirmado que não queria solicitar asilo.

O ex-prefeito de Caracas, que estava em prisão domiciliar desde 2015, acusado de conspiração e associação criminosa, fugiu da Venezuela através da fronteira com a Colômbia no dia 17, e de lá pegou um voo rumo à Espanha, onde anunciou uma viagem internacional para denunciar crimes cometidos pelo governo de Nicolás Maduro.