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Vaticano diz que diplomacia papal não é infalível

29/11/2017 14h13

Yangun (Mianmar), 29 nov (EFE).- O porta-voz do Vaticano, Greg Burke, disse nesta quarta-feira que "a diplomacia papal não é infalível" e que a viagem do pontífice por Mianmar e Bangladesh "não foi concebida com foco nos refugiados".

"O papa Francisco é muito persuasivo, mas não tem poder de regular todos os conflitos", ressaltou Burke, em entrevista coletiva na qual lembrou que a viagem a esses dois países foi planejada antes do início do desastre humanitário dos rohingyas.

De qualquer forma, ele negou ter feito essas considerações por conta da tentativa de Francisco de resolver o drama dos rohingyas não estar dando frutos.

Burke disse que a excursão do papa pelos dois países envolvidos no desastre humanitário foi decidida em julho, um mês antes do início da operação militar birmanesa que obrigou mais de 620 mil integrantes dessa minoria muçulmana a fugirem para Bangladesh.

Amanhã o papa termina a sua passagem por Mianmar e parte para Bangladesh. A possível mediação do pontífice para que as duas nações acelerem a aplicação da repatriação dos refugiados - num pacto assinado na semana passada - está centrando toda a atenção da viagem.

Sobre o apoio por parte da Igreja birmanesa à conselheira de Estado, Aung San Suu Kyi, Burke enfatizou que o Vaticano não apoia políticos individualmente, "mas apoia o processo de transição à democracia".

O porta-voz também confirmou que o chefe do Exército pediu uma reunião com o pontífice na segunda, após a sua chegada, enquanto o encontro com Aung San Suu Kyi foi no dia seguinte.

E acrescentou: "talvez o papa tivesse gostado da outra data prevista, 30 novembro" para respeitar o protocolo.