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Bangladesh enviará lista a Myanmar com 100 mil rohingyas para sua repatriação

29/12/2017 12h31

Daca, 29 dez (EFE).- O Governo de Bangladesh enviará nesta sexta-feira ao Executivo de Myanmar uma primeira lista com os nomes de 100 mil rohingyas foragidos em território bengali para sua possível repatriação, dentro do acordo assinado entre os dois países.

A decisão de enviar a lista foi tomada ontem por representantes bangalis do grupo de trabalho destinado a realizar o processo de repatriação dos 655 mil rohingyas foragidos em Bangladesh desde a explosão de violência em Myanmar, no último dia 25 de agosto.

"De acordo com a decisão do grupo de trabalho, será enviada hoje pela primeira vez ao Governo de Myanmar uma lista com 100 mil rohingyas para o seu retorno digno e seguro", disse em entrevista coletiva Obaidul Quader, secretário-geral do partido governamental, o Awami.

Quader afirmou que a próxima reunião do grupo de trabalho acontecerá em Myanmar, onde "decidirão como iniciar o processo de repatriação".

"A lista completa será finalizada o mais rápido possível. Só então processo de repatriação começará", explicou.

Abul Kalam, coordenador da área de refugiados do Ministério de Gestão de Desastres de Bangladesh, detalhou à Agência Efe que o Governo de Myanmar verificará que todos os que se encontram na lista cumprem com as condições prévias para a sua repatriação.

"Esperamos que a próxima reunião (do grupo de trabalho) seja realizada em meados de janeiro e então começará o resto do processo", apontou Kalam.

O grupo de trabalho, que conta com 15 representantes de cada país, foi formado na semana passada e nele foram lembrados os termos para iniciar o processo de repatriação.

Antes, no último dia 23 de novembro, Bangladesh e Myanmar tinham assinado um acordo para a repatriação dos rohingyas refugiados em território bengali.

O acordo prevê, entre outras coisas, que o processo seja iniciado no prazo de dois meses, embora Myanmar, que não reconhece os rohingyas como uma comunidade desse país e os considera estrangeiros, condicionou o retorno ao porte de documentos e a não estarem envolvidos em supostos atos de terrorismo.