Merkel descarta reabrir pré-acordo de coalizão com "concessões" ao SPD
Berlim, 16 jan (EFE).- A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, descartou nesta quarta-feira a possibilidade de renegociar os "pontos principais" do pré-acordo conseguido com os social-democratas para uma nova grande coalizão de governo e afirmou que o consenso alcançado já tem "concessões consideráveis" para o Partido Social-Democrata (SPD, na sigla em alemão).
"Os pontos principais do documento não podem ser negociados novamente", disse a chefe do governo alemão, em um comparecimento ao lado do chanceler austríaco Sebastian Kurz, após ser perguntada sobre as pressões da ala mais à esquerda do SPD, que não está satisfeita com o pré-acordo.
Na negociação posterior para um pacto de governo, alguns pontos podem ser "reformulados", acrescentou Merkel, que lembrou que o pré-acordo só foi conseguido após uma negociação "longa, muito longa" entre o seu bloco conservador e o SPD.
Merkel manifestou sua confiança de que o congresso do SPD no próximo domingo, em Bonn, terminará com uma "decisão responsável". Além disso, a atual chanceler acrescentou que não podia "se intrometer" no debate interno do SPD em torno dessa questão.
O pré-acordo alcançado na última sexta-feira entre a chanceler e líder da União Democrata-Cristã (CDU) e o chefe do SPD, Martin Schulz, precisa da autorização dos 600 delegados desse congresso e, se for realmente firmado um pacto de coalizão, este será submetido a uma consulta entre os quase 500 mil militantes social-democratas.
Schulz, ex-presidente do Parlamento Europeu, iniciou na última segunda-feira um giro por vários diretórios regionais de seu partido em busca de apoio para o acordo, depois que a ala mais à esquerda expressou suas críticas ao texto e que as juventudes do partido se mobilizaram para tentar bloqueá-lo.
Em escala regional, já ocorreram nos últimos dias várias votações, que resultaram na rejeição a uma nova grande coalizão.
O próprio Schulz tinha rejeitado categoricamente uma nova aliança de governo com Merkel, mas mudou de ideia depois que as negociações de coalizão fracassaram entre conservadores, liberais e verdes, após cinco semanas de conversas.
Schulz considera que, até hoje, a Alemanha "não é governável" sem o apoio de seu partido, ainda que, em declarações à imprensa, indicou a possibilidade de que as conquistas obtidas pela nova grande coalizão sejam "avaliadas" na metade da legislatura.
Em seu giro anterior ao congresso de Bonn, o líder social-democrata se reunirá hoje com sua delegação na Baviera, o Estado-federado dominado pela União Social-Cristã da Baviera (CSU), partido-irmão da CDU de Merkel, onde ocorrerão eleições regionais no segundo semestre.
A CSU saiu como a grande vencedora do pré-acordo, já que conseguiu impor as restrições que exigia em política migratória, um claro gesto para seu eleitorado tradicional.
O SPD, por sua vez, fez prosperar um compromisso de estabilidade nas pensões, melhorias nas ajudas às famílias e uma redução de impostos aos trabalhadores, bem como investimentos milionários em educação e saúde.
No entanto, ficaram de fora do pacote suas reivindicações essenciais, tais como o aumento de impostos aos investimentos mais altos, o chamado "imposto para ricos" e para grandes fortunas, assim como a reforma para um sistema de saúde mais igualitário.
"Os pontos principais do documento não podem ser negociados novamente", disse a chefe do governo alemão, em um comparecimento ao lado do chanceler austríaco Sebastian Kurz, após ser perguntada sobre as pressões da ala mais à esquerda do SPD, que não está satisfeita com o pré-acordo.
Na negociação posterior para um pacto de governo, alguns pontos podem ser "reformulados", acrescentou Merkel, que lembrou que o pré-acordo só foi conseguido após uma negociação "longa, muito longa" entre o seu bloco conservador e o SPD.
Merkel manifestou sua confiança de que o congresso do SPD no próximo domingo, em Bonn, terminará com uma "decisão responsável". Além disso, a atual chanceler acrescentou que não podia "se intrometer" no debate interno do SPD em torno dessa questão.
O pré-acordo alcançado na última sexta-feira entre a chanceler e líder da União Democrata-Cristã (CDU) e o chefe do SPD, Martin Schulz, precisa da autorização dos 600 delegados desse congresso e, se for realmente firmado um pacto de coalizão, este será submetido a uma consulta entre os quase 500 mil militantes social-democratas.
Schulz, ex-presidente do Parlamento Europeu, iniciou na última segunda-feira um giro por vários diretórios regionais de seu partido em busca de apoio para o acordo, depois que a ala mais à esquerda expressou suas críticas ao texto e que as juventudes do partido se mobilizaram para tentar bloqueá-lo.
Em escala regional, já ocorreram nos últimos dias várias votações, que resultaram na rejeição a uma nova grande coalizão.
O próprio Schulz tinha rejeitado categoricamente uma nova aliança de governo com Merkel, mas mudou de ideia depois que as negociações de coalizão fracassaram entre conservadores, liberais e verdes, após cinco semanas de conversas.
Schulz considera que, até hoje, a Alemanha "não é governável" sem o apoio de seu partido, ainda que, em declarações à imprensa, indicou a possibilidade de que as conquistas obtidas pela nova grande coalizão sejam "avaliadas" na metade da legislatura.
Em seu giro anterior ao congresso de Bonn, o líder social-democrata se reunirá hoje com sua delegação na Baviera, o Estado-federado dominado pela União Social-Cristã da Baviera (CSU), partido-irmão da CDU de Merkel, onde ocorrerão eleições regionais no segundo semestre.
A CSU saiu como a grande vencedora do pré-acordo, já que conseguiu impor as restrições que exigia em política migratória, um claro gesto para seu eleitorado tradicional.
O SPD, por sua vez, fez prosperar um compromisso de estabilidade nas pensões, melhorias nas ajudas às famílias e uma redução de impostos aos trabalhadores, bem como investimentos milionários em educação e saúde.
No entanto, ficaram de fora do pacote suas reivindicações essenciais, tais como o aumento de impostos aos investimentos mais altos, o chamado "imposto para ricos" e para grandes fortunas, assim como a reforma para um sistema de saúde mais igualitário.
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