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Autoridade eleitoral egípcia desqualifica candidato militar rival da Sisi

23/01/2018 19h03

Cairo, 23 jan (EFE).- A Autoridade Nacional Eleitoral do Egito anunciou nesta terça-feira que eliminou da lista de candidatos à presidência do país o ex-chefe do Estado-Maior, Sami Anan, que não poderá concorrer às eleições que estão previstas para o final de março.

O órgão estatal detalhou que Anan não pode ser candidato à presidência porque "ainda é militar", segundo a agência de notícias estatal, "Mena".

Anan compareceu hoje mesmo diante da promotoria militar no Cairo depois que as forças armadas egípcias o acusaram de ter cometido "irregularidades" ao anunciar sua candidatura antes de obter a autorização do exército.

Além disso, em um comunicado, o militar foi acusado de "incitação para criar disputas" entre as forças armadas e o povo egípcio e de "falsificar papéis oficiais" para poder concorrer nas eleições, nas quais os militares não podem participar.

Um dos porta-vozes de Anan, Mahmoud Refaat, confirmou à Agência Efe que o aspirante a candidato tinha sido detido e posteriormente levado à promotoria militar para prestar depoimento.

Por sua vez, a promotoria militar impôs o segredo de justiça no caso de Anan, por isso todos os meios de comunicação, nacionais e internacionais, não poderão publicar informações sobre o mesmo "até que as investigações sejam concluídas", exceto aquelas emitidas pela própria promotoria, segundo a "Mena".

Além disso, a equipe de campanha de Anan anunciou a "suspensão" da mesma até segundo aviso "em prol do interesse da segurança de todos os cidadãos que sentem necessidade de mudança", em referência aos correligionários do militar.

Anan, o número 2 da junta militar que governou o Egito após a queda do presidente Hosni Mubarak, em fevereiro de 2011, manifestou seu desejo de concorrer às eleições no último fim de semana, para desbancar do cargo o atual presidente, o ex-marechal Abdul Fatah al Sisi.

O militar foi substituído de seu cargo como chefe do Estado-Maior em 12 de agosto de 2012 e renunciou a seu posto de conselheiro presidencial em 1º de julho de 2013, dois dias antes do golpe de Estado liderado por Sisi contra o governo da Irmandade Muçulmana. EFE

se/rpr