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Londres pode convocar eleições na Irlanda do Norte se não houver acordo

20/02/2018 17h31

Londres, 20 fev (EFE).- A ministra britânica para a Irlanda do Norte, Karen Bradley, advertiu nesta terça-feira que poderia convocar eleições antecipadas na província se os partidos esgotarem todas as "opções viáveis" para formar um governo de poder compartilhado.

Bradley fez essas declarações no parlamento de Westminster, onde explicou a situação após o fracasso na semana passada das conversas encaminhadas a restaurar o Executivo de Belfast, que permanece suspenso há 13 meses.

O Partido Democrático Unionista (DUP), majoritário entre a comunidade protestante e parceiro do Executivo britânico, já pediu a Bradley que prepare um orçamento para a região e que tome decisões executivas em áreas-chave, como educação e saúde, o que aproximaria a suspensão da autonomia e o governo direto de Londres.

O Sinn Féin, principal entre a população católica-nacionalista, se opõe à intervenção da autonomia, uma posição que compartilha com o governo da República da Irlanda, que atua como moderador nas negociações entre os partidos.

Embora Bradley tenha descartado hoje a introdução imediata de um governo direto na Irlanda do Norte, se comprometeu a oferecer "clareza orçamentária" para assegurar o funcionamento dos serviços públicos da região nos próximos meses.

Além disso, avaliou a opção da convocação de outros pleitos autônomos, depois dos realizados em março do ano passado, ainda que o seu resultado, segundo os analistas, seria muito similar ao de então e manteria o DUP e o Sinn Féin como os principais representantes das suas respectivas comunidades.

"Tenho a intenção de dar passos para oferecer clareza orçamentária e voltarei a informar à Câmara (dos Comuns) logo que seja possível. Claramente, esta não é a situação na qual desejaria estar, mas, perante a ausência de um Executivo, não tenho outra opção", declarou a titular da província.

Um porta-voz oficial confirmou hoje que a primeira-ministra britânica, a conservadora Theresa May, se reunirá amanhã em Londres, separadamente, com os líderes do DUP e do Sinn Féin para tentar buscar uma solução para esta crise.

Ambos partidos discordam a respeito do espinhoso assunto do idioma gaélico irlandês, que os nacionalistas querem proteger mediante uma lei específica, enquanto os unionistas preferem inclui-lo em uma legislação cultural mais geral, que contemple também aspectos relacionados com a identidade protestante.