Topo

"Brexit duro" pode custar 2 bilhões de libras semanais, segundo opositores

21/02/2018 11h48

Londres, 21 fev (EFE).- Um "Brexit" sem acesso ao mercado único europeu e à união aduaneira pode custar ao Reino Unido 2 bilhões de libras por semana (R$ 9,1 bilhões), segundo os promotores de uma campanha iniciada nesta quarta-feira por partidários da permanência do país na União Europeia (UE).

Os organizadores desta iniciativa, entre os quais se encontra o político liberal-democrata Tom Brake, chegaram a este número a partir de um relatório oficial do governo que, no início deste mês, previu que após o "Brexit" a economia do Reino Unido desaceleraria em todas as regiões.

Um ônibus, bancado graças a um microfinanciamento e com o slogan "Vale a pena?", percorrerá o país nos próximos oito dias para tentar conscientizar o povo deste "exagerado" preço e de outras contrapartidas do "Brexit", que será efetivado em 29 de março do ano que vem.

Trata-se de uma campanha que responde diretamente à iniciada por partidários da saída antes do referendo de 23 de junho de 2016, na qual era defendido que se o Reino Unido deixasse de ter que contribuir com os cofres da UE, o Serviço Nacional de Saúde britânico (NHS na sigla em inglês) receberia 350 milhões de libras (R$ 1,5 bilhão) a mais por semana.

Brake afirmou que esta iniciativa é uma maneira de "lembrar ao povo as mentiras que, sobretudo, pessoas como o ministro das Relações Exteriores, Boris Johnson, contaram antes do referendo".

O político negou que o NHS vá receber essa quantia se o Reino Unido deixar a UE e que, por outro lado, "o crescimento da economia será afetado".

"As perdas podem chegar a 2 bilhões de libras por semana", especificou.

Um número que, segundo outro dos organizadores, Charles Seaford, não foi "inventado", mas extraído do relatório oficial do governo ao qual os deputados da Câmara dos Comuns tiveram acesso no último dia 7 de fevereiro.

O citado documento revelou que o Produto Interno Bruto (PIB) britânico se reduziria em 2% se o Reino Unido sair da UE, mas permanecer no mercado único; 5% se sair do mercado único, mas assinar um acordo comercial com o bloco; e 8% se romper seus laços com Bruxelas sem um pacto.