AI denuncia falta de "avanços reais" em direitos humanos na Coreia do Norte
Seul, 22 fev (EFE).- A Anistia Internacional (AI) denunciou nesta quinta-feira no seu relatório anual de direitos humanos a falta de "avanços reais" nesta matéria na Coreia do Norte, apesar de o país "ter adotado medidas positivas para colaborar com mecanismos internacionais" durante o último ano.
No seu relatório 2017/2018 sobre a situação dos direitos humanos no mundo, a AI considera que "as violações de direitos humanos sistemáticos, generalizados e graves" por parte do regime persistiram.
A AI denuncia que esta situação continuou apesar das tentativas de estabelecer maior cooperação com organismos internacionais, como por exemplo a viagem que Pyongyang permitiu em maio de 2017 à relatora da ONU sobre os direitos das pessoas com incapacidade, Catalina Devandas Aguilar.
Em todo caso, ressalta os "crimes de lesa-humanidade" aos quais continuam expostas as aproximadamente 120 mil pessoas detidas em campos de concentração.
No documento se considera que o trabalho forçado, a tortura e os maus tratos são práticas comuns nas quatro colônias penais para presos políticos (conhecidas como "Kwanliso") que continuam operando no isolado país.
Lembra, além disso, que muitos dos presos reclusos nestes campos não foram condenados "por nenhum crime reconhecido internacionalmente", e que vários são detidos de forma arbitrária devido à sua relação com outras pessoas que o Estado considera uma ameaça.
A AI menciona também os possíveis efeitos que os repetidos testes nucleares possam ter sobre a população, o assassinato de Kim Jong-nam (irmão do líder Kim Jong-un), que aponta para a participação de agentes estatais, e a detenção e reclusão de cidadãos estrangeiros durante períodos prolongados.
Neste último item menciona o caso do estudante americano Otto Warmbier, que morreu em junho do ano passado após passar mais de um ano preso na Coreia do Norte, e lembra que não se tem descartado a possibilidade de que foi torturado e que morreu por essa causa.
No relatório, a AI volta a se referir à persistente falta de liberdade de expressão e de circulação que existe no país, que não permite aos seus cidadãos passar as suas fronteiras e que parece estar solicitando cada vez com mais força à China - principal via de escape para desertores - que repatrie os que o fazem.
Aqueles norte-coreanos que são devolvidos correm o perigo de ser torturados, lembra a organização.
A AI assinala também neste ano as duras condições dos trabalhadores norte-coreanos enviados ao exterior.
Embora alguns especialistas na Coreia do Norte tenham defendido que estes trabalhadores têm a possibilidade de ganhar muito mais dinheiro trabalhando fora, a AI lembra que o regime deduz "somas consideráveis" dos seus salários para se financiar.
Acima de tudo, a ONG destaca os horários excessivos e más condições de segurança para estes trabalhadores, e relata em seguida a morte de dois norte-coreanos, por aparente fadiga, que participaram da construção de um estádio para a Copa do Mundo na Rússia.
Em todo caso, o número destes trabalhadores - acredita-se que há dezenas de milhares - parece cair, visto que muitos países como "China, Kuwait, Polônia, Qatar e Sri Lanka", deixaram de emitir vistos em cumprimento das sanções da ONU contra a Coreia do Norte. EFE
asb/ma/rsd
No seu relatório 2017/2018 sobre a situação dos direitos humanos no mundo, a AI considera que "as violações de direitos humanos sistemáticos, generalizados e graves" por parte do regime persistiram.
A AI denuncia que esta situação continuou apesar das tentativas de estabelecer maior cooperação com organismos internacionais, como por exemplo a viagem que Pyongyang permitiu em maio de 2017 à relatora da ONU sobre os direitos das pessoas com incapacidade, Catalina Devandas Aguilar.
Em todo caso, ressalta os "crimes de lesa-humanidade" aos quais continuam expostas as aproximadamente 120 mil pessoas detidas em campos de concentração.
No documento se considera que o trabalho forçado, a tortura e os maus tratos são práticas comuns nas quatro colônias penais para presos políticos (conhecidas como "Kwanliso") que continuam operando no isolado país.
Lembra, além disso, que muitos dos presos reclusos nestes campos não foram condenados "por nenhum crime reconhecido internacionalmente", e que vários são detidos de forma arbitrária devido à sua relação com outras pessoas que o Estado considera uma ameaça.
A AI menciona também os possíveis efeitos que os repetidos testes nucleares possam ter sobre a população, o assassinato de Kim Jong-nam (irmão do líder Kim Jong-un), que aponta para a participação de agentes estatais, e a detenção e reclusão de cidadãos estrangeiros durante períodos prolongados.
Neste último item menciona o caso do estudante americano Otto Warmbier, que morreu em junho do ano passado após passar mais de um ano preso na Coreia do Norte, e lembra que não se tem descartado a possibilidade de que foi torturado e que morreu por essa causa.
No relatório, a AI volta a se referir à persistente falta de liberdade de expressão e de circulação que existe no país, que não permite aos seus cidadãos passar as suas fronteiras e que parece estar solicitando cada vez com mais força à China - principal via de escape para desertores - que repatrie os que o fazem.
Aqueles norte-coreanos que são devolvidos correm o perigo de ser torturados, lembra a organização.
A AI assinala também neste ano as duras condições dos trabalhadores norte-coreanos enviados ao exterior.
Embora alguns especialistas na Coreia do Norte tenham defendido que estes trabalhadores têm a possibilidade de ganhar muito mais dinheiro trabalhando fora, a AI lembra que o regime deduz "somas consideráveis" dos seus salários para se financiar.
Acima de tudo, a ONG destaca os horários excessivos e más condições de segurança para estes trabalhadores, e relata em seguida a morte de dois norte-coreanos, por aparente fadiga, que participaram da construção de um estádio para a Copa do Mundo na Rússia.
Em todo caso, o número destes trabalhadores - acredita-se que há dezenas de milhares - parece cair, visto que muitos países como "China, Kuwait, Polônia, Qatar e Sri Lanka", deixaram de emitir vistos em cumprimento das sanções da ONU contra a Coreia do Norte. EFE
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