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Aloysio Nunes diz que Brasil e Israel podem ter relação "muito maior"

28/02/2018 17h38

Maya Siminovich.

Tel Aviv, 28 fev (EFE).- O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, declarou nesta quarta-feira em Tel Aviv que entre Brasil e Israel "pode existir uma relação muito maior do que existe agora" e que os dois países "têm um grande futuro pela frente".

"As possibilidades de cooperação com Israel são incontáveis e enormes. Podemos fazer muito mais do que estamos fazendo hoje", afirmou ele, no segundo dia de visitas a Israel, após discursar no Centro Cultural Brasileiro de Tel Aviv, fundado em 2013 pelo presidente Michel Temer.

O ministro conheceu as instalações deste centro de divulgação da cultura brasileira ao lado do embaixador em Israel, Paulo César de Vasconcellos, e do presidente da Confederação Israelense no Brasil (Conib), Fernando Lottenberg, entre outros.

Pela manhã, ele visitou a usina de dessalinização na cidade de Ashkelon, no sudoeste do país, onde disse ter ficado surpreso com a "capacidade de invenção" do Estado israelense.

"É interessante como foi feito; o segredo é a mistura entre diferentes componentes e tecnologias que buscaram em diferentes lugares do mundo para criar algo novo", avaliou.

O ministro afirmou que a maior troca entre os dois países atualmente é em matéria de Defesa e mostrou o interesse em ampliá-lo a outros setores, como acertou no encontro de ontem com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

"Estimular os investimentos israelenses no Brasil e a sua exportação depois a Israel. É preciso que empresários dos dois países se conheçam mais", propôs sobre o compromisso entre os dois líderes de aprofundar em "tecnologia, segurança cibernética e agricultura".

O chanceler fez referência ao acordo firmado ontem entre as duas delegações diplomáticas para que tanto israelenses no Brasil quanto brasileiros em Israel disponham de seguro social.

"Há uma enorme simpatia no Brasil por Israel e acho que vice-versa", declarou sobre os avanços alcançados nesta visita.

Nas suas relações com a Palestina, aonde viajará amanhã e será recebido pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, Nunes apostou por incidir na cooperação e descartou que o Brasil possa ser mediador "por iniciativa própria" no conflito com Israel.

"O nosso poder está em outras formas de atuação. Temos uma tradição de buscar negociações, mas só se formos convidados pelas duas partes. O Brasil tem uma posição sobre este conflito estabelecido há anos e que não varia conforme o governo, seja mais de esquerda ou de direita, e que consiste em buscar uma solução pacífica e negociada que garanta a existência de dois Estados, pacificamente e com fronteiras seguras", disse.

Sobre a polêmica mudança da embaixada dos Estados Unidos para Jerusalém, anunciada para 14 de maio, Nunes preferiu não se manifestar sobre "decisões soberanas" e defendeu "que a situação de Jerusalém deve ser definida através de uma negociação que possibilite a existência de dois Estados e também o livre culto dos fiéis das três grandes religiões".

O ministro começou a sua agenda oficial ontem no Museu do Holocausto (Yad Vashem), em Jerusalém, e depois se encontrou com o presidente israelense, Reuven Rivlin. Amanhã, ele continuará com as reuniões oficiais na Cisjordânia e está prevista uma reunião com o primeiro-ministro da ANP, Rami Hamdallah.