Vetado nas eleições, Navalny rejeita aliança com antiga correligionária

Moscou, 18 mar (EFE).- O líder opositor russo Alexei Navalny, vetado para concorrer nos pleitos deste domingo na Rússia, rejeitou neste domingo a proposta de aliança pós-eleitoral feita pela candidata à presidência russa e sua antiga correligionária, Ksenia Sobchak.

Sobchak, a quem as pesquisas mostram com menos de 2% de intenções de voto, chegou ao escritório de Navalny em Moscou para propor-lhe a união dos esforços "em interesse dos eleitores" e para "abordar os passos a dar" após as eleições de hoje.

"As autoridades te trataram de uma forma injusta", afirmou Sobchak em alusão à inabilitação de Navalny para a participação na disputa pelo Kremlin.

"Eu julgo pelos fatos e os seus são repugnantes e hipócritas", respondeu o opositor à jornalista durante um encontro entre ambos no escritório do primeiro e que foi transmitido ao vivo no Youtube.

Navalny ressaltou que sua inabilitação não foi uma simples injustiça, mas uma "fraude" da qual Sobchak fez parte.

"Você foi parte da fraude (...) cumpriu com a missão que (o presidente Vladmir) Putin encomendou ao te mandar às eleições", criticou.

"Já lhe enviou um telegrama de felicitação?", ironizou o opositor logo em seguida.

Navalny, que previamente tinha convocado um boicote das eleições, acusou Sobchak de "ajudar os falsificadores" do pleito.

Além disso, lamentou tê-la defendido em 2012, quando a jornalista, filha do falecido prefeito de São Petersburgo e mentor de Putin, Anatoli Sobchak, subiu ao palco com ativistas opositores para denunciar a fraude nas eleições parlamentares.