Groenlândia realiza eleições após campanha dominada pela independência
Copenhague, 23 abr (EFE).- A Groenlândia, território autônomo do Reino da Dinamarca, realiza na terça-feira eleições autônomas após uma campanha eleitoral marcada pelo debate sobre sua independência.
O surgimento de uma nova força - Nunatta Qitornai, criada há meses pelo "ex-ministro" de Relações Exteriores Vittus Qujaukitsoq - e intenções proclamadas do Partii Naleraq fixando 2021 como data para se separar da Dinamarca, deram protagonismo à linha mais radical, embora não pareça que vá ter um grande apoio.
As pesquisas colocam como únicos candidatos reais as duas forças que governavam desde a entrada em vigor da autonomia em 1979: o socialista Inuit Ataqatigiit (IA) (Partido do Povo), no poder entre 2009 e 2013; e o social-democrata Siumut (Avante), tradicional dominador da política groenlandesa.
Ambos apoiam também a independência, como a maioria da população, mas insistem na necessidade de resolver primeiro os desafios de um país de 2 milhões de quilômetros quadrados - três quartas partes, cobertas de gelo - e 56 mil habitantes que obtém um terço de seus ingressos da contribuição anual de Copenhague.
"A independência amanhã seria uma catástrofe social", reconheceu neste fim de semana em entrevista ao jornal "Politiken" Sara Olsvig, candidata do IA, que aparece com uma leve vantagem nas pesquisas, embora o Siumut já tenha sido capaz de reverter em 2014.
O atual presidente autônomo, o social-democrata Kim Kielsen, se expressou em termos parecidos, ressaltando a importância de diversificar a economia e buscar novos ingressos para não depender só da pesca e da contribuição anual dinamarquesa.
As duas formações poderiam reeditar a coalizão que governou o último ano e meio e que impulsionou, por exemplo, uma comissão para elaborar uma Constituição própria dentro do que é conhecido como Consórcio de municípios do Reino ("rigsfælleskab" em dinamarquês), semelhante do outro território autônomo, as Ilhas Faroe.
Mas o desacordo sobre a derrogação da proibição de extrair urânio e outros materiais radiativos para impulsionar o setor minerador abre passagem a outras possíveis coalizões de governo com forças mais moderadas com relação à linha separatista.
A aprovação em 2008, com um apoio popular de 75%, de um novo Estatuto de Autonomia que inclui o direito à autodeterminação fez com que disparasse o sonho de uma independência a curto prazo baseado nos hipotéticos ingressos procedentes da mineração e do petróleo.
Mas a explosão da crise econômica e a queda dos preços das matérias-primas paralisaram os principais projetos, e um esperado relatório de especialistas groenlandeses e dinamarqueses rebaixou ainda mais o otimismo ao considerar que a independência não era viável a médio prazo.
O surgimento de uma nova força - Nunatta Qitornai, criada há meses pelo "ex-ministro" de Relações Exteriores Vittus Qujaukitsoq - e intenções proclamadas do Partii Naleraq fixando 2021 como data para se separar da Dinamarca, deram protagonismo à linha mais radical, embora não pareça que vá ter um grande apoio.
As pesquisas colocam como únicos candidatos reais as duas forças que governavam desde a entrada em vigor da autonomia em 1979: o socialista Inuit Ataqatigiit (IA) (Partido do Povo), no poder entre 2009 e 2013; e o social-democrata Siumut (Avante), tradicional dominador da política groenlandesa.
Ambos apoiam também a independência, como a maioria da população, mas insistem na necessidade de resolver primeiro os desafios de um país de 2 milhões de quilômetros quadrados - três quartas partes, cobertas de gelo - e 56 mil habitantes que obtém um terço de seus ingressos da contribuição anual de Copenhague.
"A independência amanhã seria uma catástrofe social", reconheceu neste fim de semana em entrevista ao jornal "Politiken" Sara Olsvig, candidata do IA, que aparece com uma leve vantagem nas pesquisas, embora o Siumut já tenha sido capaz de reverter em 2014.
O atual presidente autônomo, o social-democrata Kim Kielsen, se expressou em termos parecidos, ressaltando a importância de diversificar a economia e buscar novos ingressos para não depender só da pesca e da contribuição anual dinamarquesa.
As duas formações poderiam reeditar a coalizão que governou o último ano e meio e que impulsionou, por exemplo, uma comissão para elaborar uma Constituição própria dentro do que é conhecido como Consórcio de municípios do Reino ("rigsfælleskab" em dinamarquês), semelhante do outro território autônomo, as Ilhas Faroe.
Mas o desacordo sobre a derrogação da proibição de extrair urânio e outros materiais radiativos para impulsionar o setor minerador abre passagem a outras possíveis coalizões de governo com forças mais moderadas com relação à linha separatista.
A aprovação em 2008, com um apoio popular de 75%, de um novo Estatuto de Autonomia que inclui o direito à autodeterminação fez com que disparasse o sonho de uma independência a curto prazo baseado nos hipotéticos ingressos procedentes da mineração e do petróleo.
Mas a explosão da crise econômica e a queda dos preços das matérias-primas paralisaram os principais projetos, e um esperado relatório de especialistas groenlandeses e dinamarqueses rebaixou ainda mais o otimismo ao considerar que a independência não era viável a médio prazo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.