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Rússia rejeita acusações de Holanda e Austrália sobre derrubada do voo MH17

25/05/2018 09h52

São Petersburgo (Rússia), 25 mai (EFE).- O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, rejeitou nesta sexta-feira as acusações formuladas por Holanda e Austrália sobre o envolvimento da Rússia na derrubada do voo MH17 da Malaysia Airlines em julho de 2014 sobre o território do leste da Ucrânia.

"Ontem, conversei com meu colega holandês (Stef Blok). Ele me comunicou o que já é conhecido. Pedi provas que confirmem tais afirmações e ele não me apresentou nenhuma", disse Lavrov à imprensa, durante o Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo.

Os governos holandês e australiano responsabilizaram hoje formalmente a Rússia de "participar" da derrubada do voo MH17, após confirmar ontem que o míssil utilizado pertencia a uma unidade militar russa.

Lavrov assegurou que "a Rússia colabora mais do que ninguém com a equipe de investigação" e afirmou que, durante a conversa telefônica com Blok, lembrou que Moscou "remeteu muitas informações técnicas, entre elas as leituras dos radares que estavam operacionais no dia da tragédia" perto do lugar do acidente.

"Respondemos a todos os requerimentos de apoio jurídico da promotoria holandesa", acrescentou Lavrov.

O chefe da diplomacia russa traçou um paralelo entre as acusações da Holanda e da Austrália e o recente "caso Skripal", no qual o Reino Unido responsabiliza Moscou de ter envenenado com um agente tóxico o ex-espião russo Sergei Skripal e sua filha Yulia no sul da Inglaterra.

"Isso lembra muito o caso 'Skripal', quando (os britânicos) disseram que, com 'grande probabilidade' foram os russos, mas a Scotland Yard (Polícia Metropolitana de Londres) informou em seguida que a investigação continua e que levará tempo", indicou o ministro russo.

A Equipe Conjunta de Investigação (JIT, na sigla em inglês), formada depois do desastre, confirmou ontem que o sistema de mísseis aéreos que derrubou o avião malaio pertencia a uma unidade militar russa, que o transferiu de Kursk (Rússia) para Donetsk (Ucrânia) um mês antes do ataque.

A derrubada do avião causou a morte de 298 pessoas, a maioria holandeses e australianos.

A alta representante para a Política Externa da União Europeia (UE), Federica Mogherini, pediu hoje à Rússia que assuma sua responsabilidade na derrubada da aeronave.