Suécia distribui guia que ensina população a atuar em caso de guerra
Anxo Lamela.
Copenhague, 28 mai (EFE).- Quase 5 milhões de lares suecos receberão a partir desta segunda-feira um guia elaborado pelo governo com informação sobre como atuar caso o país se encontre em estado de emergência ou haja um conflito bélico.
A iniciativa representa uma reedição atualizada do popular guia "Om kriget kommer" ("Se a guerra chegar"), um folheto que foi enviado pela primeira vez em 1943, em plena II Guerra Mundial (1939-1945) na qual a Suécia adotou uma posição neutra, e que seguiu sendo divulgado até os últimos anos da Guerra Fria.
Recuperar agora essa ideia é uma resposta à piora da segurança na Europa e, especialmente, ao entorno mais próximo deste país nórdico, em alusão às tensões com a Rússia, segundo explicaram as autoridades suecas quando a iniciativa foi anunciada em janeiro.
A encarregada de elaborar o guia foi a Agência Sueca de Contingências Civis, um organismo dependente do Ministério da Defesa que, além de atualizar os conteúdos, modificou o título para acrescentar a palavra "crise".
O folheto, de 20 páginas e com várias ilustrações, contém informação simples e resumida sobre medidas preventivas como que tipo de alimentos ou objetos convém ter sempre em casa (desde velas a rádios, pilhas e carregadores de celular) ou os passos a seguir no caso de um estado de emergência.
O guia faz um breve repasse da composição da Defesa sueca e adverte da possibilidade de divulgação de informação falsa por hipotéticos inimigos.
"Se a Suécia for atacada por outros países, nunca se renderá. Toda a informação que falar de uma cessação da resistência será falsa", alerta um parágrafo destacado em vermelho do guia, que faz parte do plano das autoridades para reforçar a defesa civil.
"Podem ocorrer crises sociais e então precisamos estar preparados para poder regulá-las alguns dias antes que os recursos da sociedade cheguem para nos ajudar", declarou recentemente a esse respeito o diretor da agência, Dan Eliasson.
Tanto este organismo como outras autoridades suecas insistiram que o folheto se centra mais em como reagir em crises civis de que em caso de guerra e tentaram passar uma sensação de normalidade.
"Não se deve ter medo, é preciso ver isso como uma expressão mais de como a sociedade cuida de quem vivem na Suécia", assegurou Eliasson.
A publicação do guia inscreve-se no contexto da situação dos últimos três anos, nos quais a Suécia, país neutro associado à Otan, modificou sua política de Defesa, intensificando a colaboração com a Aliança e aprovando verbas adicionais para aumentar seu orçamento nesta área.
Entre outras medidas o Executivo sueco enviou pela primeira vez desde 2005 um destacamento permanente à ilha báltica de Gotlândia, introduziu o restabelecimento do serviço militar obrigatório e impulsionou um acordo parlamentar para permitir o desdobramento de tropas da OTAN em seu território.
Em virtude desse acordo a Suécia organizou em setembro do ano passado as maiores manobras militares em 24 anos, com cerca de 20.000 soldados e pessoal civil sueco, além de 1.500 militares de Estados Unidos, Estônia, Dinamarca, Noruega, Lituânia, França e a também neutra Finlândia.
Várias organizações pacifistas e grupos de esquerda protestaram nos últimos meses contra a nova política de Defesa e o que consideram ser uma forma camuflada de introduzir a Suécia na Otan sem consultar à população, majoritariamente contrária ao ingresso na Aliança.
Copenhague, 28 mai (EFE).- Quase 5 milhões de lares suecos receberão a partir desta segunda-feira um guia elaborado pelo governo com informação sobre como atuar caso o país se encontre em estado de emergência ou haja um conflito bélico.
A iniciativa representa uma reedição atualizada do popular guia "Om kriget kommer" ("Se a guerra chegar"), um folheto que foi enviado pela primeira vez em 1943, em plena II Guerra Mundial (1939-1945) na qual a Suécia adotou uma posição neutra, e que seguiu sendo divulgado até os últimos anos da Guerra Fria.
Recuperar agora essa ideia é uma resposta à piora da segurança na Europa e, especialmente, ao entorno mais próximo deste país nórdico, em alusão às tensões com a Rússia, segundo explicaram as autoridades suecas quando a iniciativa foi anunciada em janeiro.
A encarregada de elaborar o guia foi a Agência Sueca de Contingências Civis, um organismo dependente do Ministério da Defesa que, além de atualizar os conteúdos, modificou o título para acrescentar a palavra "crise".
O folheto, de 20 páginas e com várias ilustrações, contém informação simples e resumida sobre medidas preventivas como que tipo de alimentos ou objetos convém ter sempre em casa (desde velas a rádios, pilhas e carregadores de celular) ou os passos a seguir no caso de um estado de emergência.
O guia faz um breve repasse da composição da Defesa sueca e adverte da possibilidade de divulgação de informação falsa por hipotéticos inimigos.
"Se a Suécia for atacada por outros países, nunca se renderá. Toda a informação que falar de uma cessação da resistência será falsa", alerta um parágrafo destacado em vermelho do guia, que faz parte do plano das autoridades para reforçar a defesa civil.
"Podem ocorrer crises sociais e então precisamos estar preparados para poder regulá-las alguns dias antes que os recursos da sociedade cheguem para nos ajudar", declarou recentemente a esse respeito o diretor da agência, Dan Eliasson.
Tanto este organismo como outras autoridades suecas insistiram que o folheto se centra mais em como reagir em crises civis de que em caso de guerra e tentaram passar uma sensação de normalidade.
"Não se deve ter medo, é preciso ver isso como uma expressão mais de como a sociedade cuida de quem vivem na Suécia", assegurou Eliasson.
A publicação do guia inscreve-se no contexto da situação dos últimos três anos, nos quais a Suécia, país neutro associado à Otan, modificou sua política de Defesa, intensificando a colaboração com a Aliança e aprovando verbas adicionais para aumentar seu orçamento nesta área.
Entre outras medidas o Executivo sueco enviou pela primeira vez desde 2005 um destacamento permanente à ilha báltica de Gotlândia, introduziu o restabelecimento do serviço militar obrigatório e impulsionou um acordo parlamentar para permitir o desdobramento de tropas da OTAN em seu território.
Em virtude desse acordo a Suécia organizou em setembro do ano passado as maiores manobras militares em 24 anos, com cerca de 20.000 soldados e pessoal civil sueco, além de 1.500 militares de Estados Unidos, Estônia, Dinamarca, Noruega, Lituânia, França e a também neutra Finlândia.
Várias organizações pacifistas e grupos de esquerda protestaram nos últimos meses contra a nova política de Defesa e o que consideram ser uma forma camuflada de introduzir a Suécia na Otan sem consultar à população, majoritariamente contrária ao ingresso na Aliança.
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