Topo

Venezuela rejeita "agressão contínua" da UE e diz não aceitar "ameaças"

25/06/2018 12h11

Caracas, 25 jun (EFE).- O governo da Venezuela rejeitou nesta segunda-feira o que considerou como uma "agressão contínua e intervencionista" por parte da União Europeia (UE), depois que a comunidade política do bloco aprovou sanções contra 11 funcionários venezuelanos, entre eles a vice-presidente Delcy Rodríguez, e disse que não aceitará "ameaças".

"A Venezuela rejeita categoricamente a agressão contínua e intervencionista da União Europeia, que constitui uma franca intromissão nos assuntos soberanos de nosso país, ao adotar pretensas medidas restritivas contrárias ao Direito Internacional contra 11 altos funcionários do Estado Venezuelano", diz um comunicado do Ministério das Relações Exteriores do país sul-americano.

O governo venezuelano, que indicou que "é surpreendente a flagrante subordinação" da UE aos Estados Unidos de Donald Trump, assinalou que "não aceitará ameaças de nenhuma potência ou grupo de países coligados com reminiscências imperiais".

Nesse sentido, Caracas reiterou que o povo "venezuelano é soberano e independente", "que suas instituições democráticas têm origem no sufrágio universal e responderá todas as agressões com a devida proporcionalidade".

Os ministros das Relações Exteriores da UE aprovaram hoje sanções contra 11 funcionários venezuelanos, além dos sete sancionados em janeiro passado, ao considerar que os mesmos violaram "direitos humanos" e solaparam "a democracia e o Estado de direito".

Além de Rodríguez, entre os sancionados hoje estão o vice-presidente da Área Econômica, Tareck El Aissami; Sergio Rivero, major-general da Força Armada Nacional Bolivariana; Jesús Suárez, comandante geral do Exército Bolivariano; Iván Hernández, chefe da Direção Geral de Contrainteligência Militar.

Completam a lista Elías Jaua, ministro de Educação; Sandra Oblitas, vice-presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE); Freddy Alirio Bernal, responsável dos Comitês Locais de Abastecimento e Produção; Katherine Nayarith Harrington, vice-procuradora-geral; Socorro Elizabeth Hernández, integrante da CNE e Xavier Antonio Moreno, secretário-geral da CNE.

A esses funcionários a UE impôs a proibição de viajar para território comunitário e o congelamento dos bens que estes possam ter na União.

Para o governo de Nicolás Maduro, essas medidas são "desenvolvidas pelos setores mais extremistas e belicistas" do governo dos Estados Unidos, atentam "contra a paz política" do país sul-americano e "contra a tranquilidade e o diálogo entre venezuelanos e venezuelanas".

"O mundo multipolar espera independência na conduta da União Europeia, em relação às evidências e ao perigo do ressurgimento do unilateralismo", acrescentou o governo venezuelano.