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Japão executa seis membros de seita condenados por ataque com gás sarin

25/07/2018 22h51

Tóquio, 26 jul (EFE).- O governo do Japão executou nesta quinta-feira (data local) os seis membros da seita Verdade Suprema, responsável pelo atentado com gás sarin no metrô de Tóquio em 1995 e que ainda estavam no corredor da morte.

Eles foram condenados por participar do ataque há 23 anos e por outros assassinatos cometidos pelo mesmo grupo, liderado por Shoko Asahara, executado no último dia 6 de julho ao lado de outros seis integrantes da seita que orquestraram e planejaram os crimes.

Os executados hoje foram Kenichi Hirose, de 54 anos, Masato Yokoyama, também de 54, Toru Toyoda, de 50, Yasuo Hayashi, de 60, Satoru Hashimoto, de 51, e Kazuaki Okazaki, de 57.

Os quatro primeiros participaram diretamente do atentado contra o metrô de Tóquio. Eles utilizaram os guarda-chuvas que carregavam para perfurar, na hora do rush, as bolsas com gás sarin que deixaram nos vagões de várias linhas no dia 20 de março de 1995.

O ataque matou 13 pessoas e deixou dezenas em estado vegetativo. Além disso, 6,3 mil foram intoxicadas por inalar o gás tóxico.

Satoru Hashimoto e Kauzaki Okazaki também foram condenados por assassinar em 1989 o advogado Tsutsumi Sakamoto, que preparava uma ação milionária contra a seita, a mulher dele e o filho do casal, que não tinha completado 1 ano de idade.

Ao lado de Yasuo Hayashi, Hashimoto também foi condenado pelo ataque com gás sarin, em 1994, em Matsumoto, na região central do Japão, que serviu como ensaio para o atentado de Tóquio.

Os seis membros da Verdade Suprema eram os últimos integrantes do grupo condenado a morte que ainda estavam vivos.

As condenações e os vários processos judiciais, porém, não conseguiram esclarecer vários mistérios da seita, que inclusive chegou a disputar as eleições gerais de 1990.

Em apenas uma década, o guru Asahara passou de instrutor de ioga a líder de uma organização capaz de captar jovens das elites intelectuais e econômicas do país, de sequestrar e assassinar críticos e opositores, e de fabricar armas automáticas e químicas.

O ataque ao metrô em 1995 foi o pior registrado no Japão desde o fim da Segunda Guerra Mundial.