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Lavrov diz ser absurda acusação dos EUA contra Rússia no "caso Skripal"

12/08/2018 12h30

Aktau (Cazaquistão), 12 ago (EFE).- O ministro de Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, tachou neste domingo de "absurdo" o pretexto que os Estados Unidos usaram para aprovar as últimas sanções contra o Executivo em Moscou, ao responsabilizar à Rússia pelo envenenamento do ex-espião Sergei Skripal e da filha dele, Yulia.

"Todos os que conhecem, mesmo só que um pouco, o chamado 'caso Skripal' entendem o absurdo da declaração colocada no documento oficial do Departamento de Estado, que diz que os Estados Unidos constataram que a Rússia é culpada pelo incidente em Salisbury (sul da Inglaterra)", disse Lavrov aos jornalistas.

O ministro russo, que está na 5ª Cúpula do Cáspio que aconteceu hoje na cidade cazaque de Aktau, também falou do ultimato do Executivo em Washington, que deu três meses para o seu governo permitir uma inspeção da Organização das Nações Unidas (ONU) no país e garantir que não voltarão a usar armamento químico.

"Há três anos, e depois de todas as inspeções possíveis, obtivemos a confirmação da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) que o processo de desarmamento químico terminou na Rússia", declarou.

Segundo ele, os Estados Unidos "tinha que que fazer o mesmo, no mesmo prazo, mas pediram adiamento".

"Portanto, devemos dizer que tem problemas com o desarmamento químico é o governo dos Estados Unidos", ressaltou Lavrov.

O chefe da diplomacia russa não esclareceu se será permitida uma nova inspeção, mas insistiu que as usinas químicas do seu país já foram visitadas pelos especialistas da OPAQ.

"Não fechamos as nossas usinas para inspeção. Já visitaram tudo o que queriam e concluíram o que eu acabo de dizer", afirmou.

Ele garantiu que as novas sanções não serão impedimento para uma nova reunião entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente americano, Donald Trump, que se encontraram em 16 de julho, em Helsinque.

"Nunca evitamos contatos, inclusive com representantes de países que realizam uma política hostil com a gente. Por isso, se os líderes sentem a necessidade de voltar a tratar assuntos que pensamos que devam unir Rússia e Estados Unidos, mas que despertam rejeição em certos círculos americanos, acho que esse encontro acontecerá", explicou.

Os Estados Unidos anunciaram recentemente novas sanções contra os russos. A partir de 22 de agosto, ficarão proibidas as exportação de determinados produtos tecnológicos. Novas medidas punitivas poderão entrar em vigor se a Rússia não cumprir em três meses as exigências sobre inspeções nas usinas.

Sergei e Yulia Skripal foram envenenados com um agente tóxico em março em território britânico. O Reino Unido considera provado que pai e filha foram intoxicados com um gás de procedência russa, chamado "Novichok", e que foi o próprio Putin que ordenou a ação contra o ex-espião russo.