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Trump afirma que seu procurador-geral não entende o que ocorre na sua agência

25/08/2018 14h03

Washington, 25 ago (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou novamente neste sábado seu procurador-geral, Jeff Sessions, ao acusar-lhe de não entender o que acontece no Departamento de Justiça, e advertiu que poderia tomar medidas para forçar essa agência a investigar a "corrupção" da democrata Hillary Clinton.

Em uma enxurrada de tweets na manhã de hoje, Trump jogou lenha na fogueira do seu embate com o secretário de Justiça americano, uma velha disputa que ele reativou esta semana depois que o ex-advogado do presidente, Michael Cohen, acusou o presidente de ter violado as leis de financiamento de campanhas eleitorais em 2016.

"Jeff Sessions disse que não permitiria que a política o influenciasse apenas porque ele não entende o que está acontecendo sob sua posição de comando", escreveu Trump.

"O altamente conflituoso Bob Mueller e sua gangue de 17 Democratas Zangados estão tendo um dia no campo, já que a corrupção real permanece intocada. Não houve conluio (com a Rússia)!", acrescentou.

Trump se referia ao comunicado emitido nesta quinta-feira por Sessions, que se defendeu dos ataques do presidente, garantiu ter o controle da sua agência e prometeu que, enquanto ele for procurador-geral, "as ações do Departamento de Justiça não serão influenciadas incorretamente por considerações políticas".

O presidente está há mais de um ano deixando clara sua frustração pela decisão de Sessions de afastar-se de tudo que está relacionado com a investigação sobre a chamada trama russa devido aos seus próprios contatos com Moscou, uma medida que reduz a influência do secretário de Justiça sobre o promotor especial Robert Mueller.

Trump também usou seu Twitter hoje para lembrar uma frase do senador republicano Lindsay Graham, que nesta quinta-feira "previu" a queda de Sessions e disse que "todo presidente merece um procurador-geral no qual confie".

Se Trump substituísse Sessions com um novo procurador-geral, este poderia tomar as rédeas da investigação de Mueller e enfraquecê-la ou inclusive demitir o promotor especial, embora o presidente esteja há mais de um ano resistindo a tomar essa polêmica medida.

O presidente americano também pediu à Justiça que tome medidas em relação a seus adversários políticos, e hoje lembrou uma reportagem da emissora conservadora "Fox News" que assegurava que o FBI "ignorou dezenas de milhares de correios eletrônicos" da ex-candidata democrata nas eleições de 2016, Hillary Clinton.

"Tenho certeza que em breve chegaremos ao fundo de toda esta corrupção. Pode ser que em algum momento eu tenha que tomar medidas!", alertou.

Por outro lado, Trump insistiu que ele não estava ciente da reunião que seu filho mais velho, Donald Trump Jr., teve em junho de 2016 com uma advogada russa em Nova York, e que se transformou em uma das peças centrais da investigação de Mueller.

"O advogado de Michael Cohen esclareceu as coisas, dizendo que seu cliente não saia se o presidente Trump sabia sobre a reunião da Trump Tower (na qual nada aconteceu!). A resposta é que eu não sabia sobre a reunião. Apenas mais uma história falsa da Fake News Media!", ressaltou Trump.