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Funeral simbólico de jornalista saudita reúne dezenas de pessoas em Istambul

Ativistas protestam pela morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi em Istambul - Lefteris Pitarakis/AP
Ativistas protestam pela morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi em Istambul Imagem: Lefteris Pitarakis/AP

25/10/2018 16h22

Dezenas de pessoas se reuniram nesta quinta-feira em frente ao consulado da Arábia Saudita em Istambul para a realização de um funeral simbólico do jornalista Jamal Khashoggi, cujos restos mortais continuam desaparecidos, enquanto continua a investigação da morte ocorrida dentro do edifício diplomático no dia 2 de outubro.

Amigos, colegas de profissão, defensores da liberdade de imprensa e políticos criaram a "Associação de amigos de Jamal Khashoggi", que exige o esclarecimento do caso e que os culpados respondam na Justiça.

"Khashoggi foi uma pessoa dedicada à defesa dos que foram detidos pelas autoridades sauditas por suas ideias e opiniões", declarou em nome da associação Amr Darrag, ex-ministro de Cooperação Internacional do Egito.

Os presentes no ato exibiam cartazes com a frase "Os amigos de Khashoggi no mundo todo" junto à imagem do jornalista saudita e acenderam velas em frente ao consulado.

"Condenamos as tentativas do governo saudita de silenciar jornalistas", declarou o ex-presidente da Tunísia Moncef Marzouki, em um discurso por telefone durante o ato.

"Não esperávamos esta crueldade do governo saudita. Matar um jornalista no seu próprio consulado", afirmou Yassin Aktay, assessor do partido turco AKP e amigo pessoal de Khashoggi.

Os presentes se comprometeram a não permitir que o caso caia no esquecimento, nem que este "horrendo assassinato" se transforme em um objeto de "barganha" entre governos e seus interesses.

O caso do jornalista, exilado, dissidente e crítico ao rumo que a monarquia saudita tomou nos últimos anos se soma a uma longa lista de profissionais da imprensa presos ou assassinados por motivos políticos.

"Exigimos a libertação dos que estão detidos devido a suas opiniões em toda a região e o respeito à liberdade e aos direitos humanos", enfatizaram os amigos do jornalista.