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Otan afirma que manterá missão no Kosovo apesar da criação de Exército

19/12/2018 13h44

Bruxelas, 19 dez (EFE).- A Otan afirmou nesta quarta-feira que manterá sua missão "KFOR" no Kosovo para garantir a segurança, apesar da decisão das autoridades kosovares de criar um Exército próprio, embora tenha confirmado que essa medida levará a Aliança a "revisar" no próximo ano seu envolvimento com as forças de segurança locais.

Assim expressou nesta quarta-feira o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, em uma conversa telefônica com o primeiro-ministro do Kosovo, Ramush Haradinaj, informou a porta-voz Oana Lungescu.

Stoltenberg indicou a Haradinaj que o Conselho do Atlântico Norte, o principal órgão de tomada de decisões da Otan, manteve uma "discussão inicial" sobre as leis aprovadas recentemente no Parlamento kosovar para a transformação da limitada Força de Segurança de Kosovo (KSF) em um Exército.

A Aliança já qualificou esta medida como "inoportuna" à vista que pode agravar ainda mais a relação entre a Sérvia e sua antiga província.

Stoltenberg insistiu hoje diante do primeiro-ministro do Kosovo que, se mantiver a evolução do mandato da Força de Segurança, o Conselho do Atlântico Norte "irá examinar novamente o nível de compromisso da Otan com a KSF no novo ano".

No entanto, "a missão KFOR seguirá para garantir um entorno seguro no Kosovo".

A porta-voz aliada lembrou que o KFOR "opera sob um mandato da ONU e não será afetato pelas leis sobre a transição da KSF".

Lungescu acrescentou que o secretário-geral da Aliança "seguirá com seu compromisso com todos os atores relevantes para a estabilidade regional".

A segurança do Kosovo está em mãos do KFOR, uma força internacional liderada pela Otan desde o fim da guerra entre forças sérvias e milícias albanokosovares (1998-1999).

Segundo o voto de 14 de dezembro no Parlamento de Kosovo, o futuro Exército kosovar será o encarregado de "garantir a integridade territorial do país, proteger os bens e interesses da República de Kosovo, dar apoio militar às autoridades civis em caso de desastres e participar de operações internacionais". EFE