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Rajoelina será o próximo presidente de Madagascar com 93% das urnas apuradas

24/12/2018 13h17

Antananarivo, 24 dez (EFE).- O ex-presidente de Madagascar Andry Rajoelina se transformará no próximo chefe de Estado da ilha africana, com mais de 93% dos votos apurados, à frente do também ex-mandatário Marc Ravalomanana, informou nesta segunda-feira a Comissão Nacional Eleitoral Independente (CENI).

Rajoelina supera Ravalomanana em mais de nove pontos percentuais com 54,91% dos votos, frente aos 45,09% de seu rival, segundo os últimos dados divulgados pela CENI, que só emitirá os resultados definitivos na quinta-feira.

Com 93% das urnas apuradas e uma diferença de nove pontos, a vitória de Rajoelina no segundo turno realizado em 19 de dezembro é iminente.

Ravalomanana derrubou seu rival Rajoelina em um golpe de Estado em 2009. Agora, os dois candidatos garantiram que respeitarão os resultados do pelito atual, dando esperanças de uma transferência política pacífica, longe do caos e da violência ocorrido há quase uma década.

No entanto, Ravalomanana solicitou ontem à CENI que investigasse o processo eleitoral, já que, na sua opinião, os resultados "não são críveis" e as eleições não foram "transparentes", de acordo com um comunicado.

"É certo que disse que respeitarei os resultados se forem respeitadas as regras. Infelizmente, este não foi o caso", expressou o magnata, que encorajou seus militantes a "se levantarem e defenderem sua eleição".

"Não nos afastamos dos três princípios que nos guiaram desde o princípio: transparência, respeito à lei e inclusão. Poderíamos publicar os resultados antes, mas, para que os candidatos tenham tempo para verificá-los, só vamos fazê-lo em 27 de dezembro", anunciou hoje a CENI.

Após o anúncio dos resultados provisórios, o Tribunal Constitucional será o encarregado de ratificá-los e de divulgá-los de forma oficial no início de 2019, após a apreciação dos possíveis recursos de Ravalomanana.

Por sua vez, a missão de observação da União Europeia (UE) em Madagascar louvou na sexta-feira passada "a participação pacífica" neste segundo turno e negou qualquer indício de fraude.

"Não vimos nenhuma fraude. Ambos se acusaram mutuamente de fraude, mas nenhum dos dois tinha nenhuma prova. São alegações e não fatos. Dissemos às partes que levassem isso para apreciação da Justiça", afirmou o chefe da missão, Cristian Preda. EFE