Em viagem sem precedentes, Netanyahu vem ao Brasil para posse de Bolsonaro
Jerusalém, 27 dez (EFE).- O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, viajou nesta quinta-feira ao Brasil para comparecer à posse do presidente eleito Jair Bolsonaro no dia 1º de janeiro, a primeira visita de um chefe de governo israelense ao país.
Antes de embarcar rumo ao Brasil, Netanyahu disse que o país pode ter um "enorme potencial" para Israel, tanto na esfera econômica como também nos setores de segurança e na política.
"É uma grande mudança que Bolsonaro anunciou e me alegra que possamos abrir uma nova era entre Israel e esta superpotência chamada Brasil", disse o primeiro-ministro.
Pouco antes de ser eleito e também depois da vitória sobre Fernando Haddad (PT), Bolsonaro prometeu mudar a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, seguindo os passos tomados pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
"Israel é um país soberano e devemos respeitar isso", escreveu Bolsonaro no Twitter.
Perguntado sobre o anúncio de Bolsonaro, Netanyahu, que também acumula o cargo de ministro das Relações Exteriores, disse que seu governo "espera" que o presidente eleito mantenha a decisão.
A visita oficial de Netanyahu ao Brasil é vista com grande importância em Israel. Em entrevista à Agência Efe, o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do país, Emmanuel Nahson, disse que a posse de Bolsonaro é uma "boa oportunidade para estreitar e fortalecer as relações entre os dois países".
Na última reunião semanal do gabinete de governo antes da viagem, Netanyahu falou das perspectivas econômicas da visita a Bolsonaro.
"O Brasil é um mercado enorme, de quase 250 milhões de pessoas. A abertura desse mercado gigantesco gerará novos empregos em Israel e ajudará muito a economia israelense", afirmou.
Do ponto de vista diplomático, o primeiro-ministro espera um "giro" nas relações de Israel com o brasil.
A visita prometida e anunciada quase foi cancelada nos últimos dias depois de Netanyahu decidir antecipar as eleições de Israel.
O primeiro-ministro tinha afirmado que manteria o pleito em novembro, mas se viu obrigado a aceitar a antecipação por discordâncias com os aliados que formam sua coalizão governista, a última delas envolvendo uma lei de recrutamento militar de judeus ultraortodoxos.
Ontem, o parlamento de Israel aprovou a antecipação das eleições para abril. Pouco depois, o escritório de Netanyahu confirmou que o primeiro-ministro manteria a viagem ao Brasil como anunciado.
Segundo a imprensa israelense, o filho mais velho de Netanyahu, Yair, o acompanhará na visita. A família do primeiro-ministro disse que todas as despesas de Yair serão cobertas com dinheiro próprio.
O anúncio é relevante porque Netanyahu e sua esposa estão sendo acusados por corrupção no Israel. Apesar disso, o partido do primeiro-ministro, o Likud, lidera as pesquisas de intenção de voto realizadas depois da notícia da antecipação das eleições.
Netanyahu chega ao Rio de Janeiro amanhã e se reunirá com Bolsonaro à tarde, no Forte de Copacabana. No Brasil, o primeiro-ministro de Israel também deve se encontrar com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, e com os presidentes do Chile, Sebastián Piñera, e de Honduras, Juan Orlando Hernández. EFE
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