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Conexão à internet é cortada na RDC um dia depois das eleições

31/12/2018 15h00

Kinshasa, 31 dez (EFE).- A conexão à internet foi interrompida nesta segunda-feira na República Democrática do Congo (RDC), um dia depois das eleições presidenciais no país, segundo denunciaram vários usuários e como pôde constatar a Agência Efe.

O serviço operou com uma incomum lentidão durante esta manhã até sua interrupção completa ao meio-dia, uma situação que meios de comunicação locais atribuem a uma ordem do governo congolês às empresas de telecomunicações para que limitassem a distribuição de imagens e vídeos e desacelerassem seus serviços.

Segundo o jornal local "Politico", que publicou sua informação através das redes de países vizinhos, as operadoras teriam recebido a ordem de "restringir" a divulgação de conteúdos multimídias, mas prometeram que a conexão se restabeleceria em breve.

Ativistas da sociedade civil congolesa denunciaram que se trata de uma estratégia de censura por parte da coalizão governista, a fim de falsificar os resultados das eleições, depois que o pleito foi realizado neste domingo no país com muitos erros técnicos e alguns atos violentos.

Pelo menos quatro pessoas morreram ontem no leste da RDC durante os pleitos, incluindo um agente da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) e um policial, que foram linchados em um centro de votação.

Devido à falta de material, alguns colégios eleitorais, como os situados no bairro de Limete, em Kinshasa, um bastião da oposição liderada pelo candidato Félix Tshisekedi, não registraram votos até quase uma hora antes do fechamento oficial dos colégios.

Estas eleições deveriam ter acontecido em dezembro de 2016, quando expirou o segundo e último mandato do presidente congolês, Joseph Kabila, segundo a Constituição, mas a CENI as adiou por "problemas técnicos"

O último adiamento aconteceu na semana passada, modificando-se a data de 23 a 30 de dezembro depois que um incêndio em Kinshasa calcinou milhares de máquinas de votação e material eleitoral.

Apesar de tudo, estes pleitos poderiam constituir a primeira transição pacífica de poder na história da RDC desde a sua independência da Bélgica em 1960. EFE