Bolívia quer que deputado estadual Rodrigo Amorim se desculpe por declaração
La Paz, 6 jan (EFE).- O ministro da Justiça da Bolívia, Héctor Arce, afirmou neste domingo que o deputado estadual Rodrigo Amorin, o mais votado do Rio de Janeiro, deveria se desculpar publicamente pela declaração dada no último dia 4, quando afirmou que que gosta de índio deveria ir para a Bolívia.
"Quando se trata de defender a nação boliviana não existem diferenças políticas. Nossos povos indígenas merecem todo respeito e valorização, e um representante eleito em um país tão grande e digno como é o Brasil deveria se desculpar publicamente", escreveu Arce no Twitter.
O presidente da Bolívia, Evo Morales, voltou a lamentar declarações do tipo e manifestou que "não é uma novidade" o que foi dito por Amorim, membro do PSL - mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro - que ficou conhecido depois de participar de ato em que uma placa com o nome da vereadora Marielle Franco foi quebrada.
"Sempre houve políticas de extermínio ao movimento indígena durante a colônia e a república. Para os que repassamos a história não é uma novidade o que diz o deputado do Brasil. Na Bolívia, os indígenas governamos totalmente diferente. É algo histórico, inédito, um orgulho", disse Morales em um ato em Villa Tunari, em Cochabamba.
Na última sexta-feira, o deputado afirmou que a Aldeia Maracanã, que fica Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro e abrigava o antigo Museu do Índio, é um "lixo urbano" e precisa de uma "faxina" para "restaurar a ordem".
"Como carioca, me causa indignação ver aquilo do jeito que está hoje. Quem gosta de índio, que vá para a Bolívia, que, além de ser comunista, ainda é presidida por um índio", disse ele ao jornal "O Globo".
A fala provocou rejeição entre a população e gerou críticas não só do governo, como da oposição boliviana.
Ontem, o ex-presidente e candidato pela aliança opositora Comunidade Cidadã, Carlos Mesa, afirmou que as palavras do deputado brasileiro não têm justificativa.
"Declaração ultrajante é a do deputado brasileiro que ofende a Bolívia e não expressa a fraternidade de nossos povos. Diferenças ideológicas entre governos não justificam tal afirmação. O indígena é uma parte essencial de nossas identidades e nossa força como nação", escreveuu no Twitter.
A ministra de Comunicação da Bolívia, Gísela López, também criticou Amorim na mesma rede social.
"O deputado brasileiro Gustavo Amorim despreza com ignorância supina os nossos antepassados, os verdadeiros donos da Grande Pátria, com palavras que mostram cegueira e pobreza de espírito", afirmou ela. EFE
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