Almagro afirma que deter usurpação de Maduro deve ser único propósito da OEA
Washington, 24 jan (EFE).- O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, afirmou nesta quinta-feira que acabar com a "usurpação" da presidência venezuelana por parte de Nicolás Maduro deve ser o "único propósito" do organismo pan-americano.
"Terminar a usurpação deve ser o único propósito que devemos ter na organização e no sistema interamericano", afirmou Almagro em uma sessão do Conselho Permanente da OEA.
Almagro pediu aos membros da OEA que atuem em consonância com as resoluções aprovadas pelo organismo, incluindo a avalizada por 19 dos 34 Estados-membros no ano passado para declarar ilegítima a reeleição de Maduro nos pleitos de maio, não reconhecidos por boa parte da comunidade internacional.
O secretário-geral da OEA também reiterou seu reconhecimento como presidente "legítimo" do líder da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, que se autoproclamou como governante nesta quarta-feira e conseguiu o respaldo dos Estados Unidos e de outros países do continente, como Brasil e Colômbia.
Almagro elogiou que uma das primeiras decisões tomadas por Guaidó seja manter a Venezuela na OEA, depois que Maduro iniciou em 2017 o processo de saída do seu país do organismo.
"Esse é o caminho", sustentou Almagro, que pediu a Guaidó que inicie a "democratização" da Venezuela e de suas instituições, assim como que reforme seu sistema eleitoral.
Ao mesmo tempo, Almagro exigiu a Maduro que deixe o poder por considerar ilegítima sua posse do dia 10 de janeiro, como fruto de eleições não reconhecidas por boa parte da comunidade internacional devido à ausência da oposição.
"O usurpador, o governo ilegítimo deve sair, não deve trazer mais miséria à sua gente, sair é o melhor que pode fazer, é o mais decente que pode fazer dentro da indecência da sua ilegitimidade", destacou Almagro.
Guadió alcançou o reconhecimento como presidente da Venezuela de boa parte dos países do continente americano, mas Rússia, China, Bolívia, Cuba e Nicarágua seguem respaldando Maduro, enquanto outros países, como o México, optaram por uma posição de neutralidade e pediram diálogo.
Sem mencionar o México ou qualquer outro país com essa postura, Almagro considerou que "oferecer mediação sem condenar os seus crimes é colocar-se do lado de um governo ilegítimo".
Desde que assumiu o comando da OEA em 2015, Almagro se transformou em uma das vozes internacionais mais críticas a Maduro e em um secretário-geral atípico que tomou a iniciativa de abordar a crise na Venezuela, chegando a apresentar uma denúncia diante do Tribunal Penal Internacional (TPI). EFE
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