Cuba acredita que objetivo real de crise na Venezuela é controle de recursos
Havana, 24 jan (EFE).- O governo cubano considerou nesta quinta-feira que o objetivo real por trás da crise na Venezuela e do reconhecimento por parte dos Estados Unidos de Juan Guaidó como presidente interino desse país é o controle dos vastos "recursos".
Através de um comunicado na imprensa oficial, Cuba reiterou o "invariável" apoio ao seu aliado Nicolás Maduro e condenou "energicamente a tentativa de impor através de um golpe de Estado um governo títere a serviço dos EUA na Venezuela".
O líder da Assembleia Nacional venezuelana, Juan Guaidó, se autoproclamou ontem presidente interino do país e foi reconhecido imediatamente pelos Estados Unidos e várias nações latino-americanas.
"Os verdadeiros objetivos das ações contra a Venezuela são controlar os vastos recursos dessa nação-irmã e destruir o valor do seu exemplo, como processo emancipador e de defesa da dignidade e independência da América", afirmou a Chancelaria cubana em comunicado.
Para o governo da ilha, "os atos de um grupo de países e o vergonhoso papel da Organização de Estados Americanos (OEA) constituem uma nova e desesperada tentativa de aplicar uma fracassada política de mudança de regime".
A declaração do Ministério de Relações Exteriores de Cuba foi replicada no Twitter pelo líder cubano, Miguel Díaz-Canel, que só reconhece o governo "do presidente constitucional Nicolás Maduro".
Guaidó se declarou presidente em uma manifestação realizada na quarta-feira em Caracas. Em maio de 2018, Maduro venceu um pleito marcado por denúncias de fraude. Devido à irregularidade daquele processo, a OEA e a União Europeia, assim como vários governos, decidiram não reconhecer a legitimidade do segundo mandato do autodenominado "filho de Chávez".
Assim como Cuba, que tem na Venezuela o seu principal aliado político e econômico, expressaram apoio a Nicolás Maduro os governos de Rússia, China, México, Bolívia, Nicarágua, Irã e Turquia. Enquanto, Estados Unidos, Brasil, Canadá, Argentina, Colômbia, Panamá, Peru, Equador, Costa Rica, Guatemala e Paraguai apoiaram Guaidó.
A União Europeia ofereceu "total apoio" à Assembleia Nacional, de maioria opositora, como a instituição escolhida democraticamente na Venezuela e apostou pela convocação imediata de eleições "críveis", uma postura que alguns países do bloco já assinaram.
"Forte apoio e solidariedade de Cuba ao presidente constitucional NicolasMaduro diante da tentativa de golpe. A vontade soberana do povo da Venezuela prevalecerá diante da intervenção imperialista. A história julgará aqueles que incentivam e reconhecem o conspirador", escreveu Rodríguez no Twitter.
Cuba e Venezuela são aliados desde 2000, quando os então presidentes Fidel Castro e Hugo Chávez assinaram o chamado Convênio Integral de Cooperação pelo qual a Venezuela começou a fornecer à ilha de petróleo a preços subsidiados em troca de serviços profissionais. Nos últimos três anos, tais envios diminuíram por causa da crise que a Venezuela atravessa, o que obrigou Cuba a buscar fornecedores alternativos. EFE
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.