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Maduro tenta "baixar preços" de bens apesar de rejeição ao seu mandato

Miguel Gutiérrez/Efe
Imagem: Miguel Gutiérrez/Efe

24/01/2019 20h26

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu nesta quinta-feira aos seus ministros da área econômica para "apertar a mão" e conseguir "baixar os preços" de produtos e serviços no país, como uma demonstração de que "segue governando" depois que o líder do parlamento, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente em exercício.

"Os preços têm que baixar, a lei tem que se impor, preços estipulados, respeitados, equilibrados e justos, temos que conseguir, vencer a guerra econômica", disse Maduro diante do Tribunal Supremo e demais poderes que lhe respaldaram após a autoproclamação de Guaidó.

Maduro disse no ato transmitido em rede obrigatória de rádio e televisão que tomou "a decisão para que se ative uma política que vá dando resultados" em matéria econômica, sem especificar que ações empregará.

Além disso, pediu que seu gabinete cuide dos empregos e dos salários, que devem ser revisados frente à hiperinflação que atinge a Venezuela, que o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que fechará este ano em 10.000.000%.

O presidente venezuelano também disse que "cuidará" do sistema de bônus de proteção outorgada a famílias que foram recenseadas através do sistema de registro governamental chamado "carteira da pátria", para "emparelhar" a renda dos venezuelanos, minguada pela inflação diária de 3% calculada pelo parlamento opositor.

Maduro detalhou todas estas ações ao assegurar que o governo que preside "seguirá governando a favor das maiorias do país, todos os dias deste ano e de cada ano que terá constitucionalmente até 2025".

O líder chavista enfrentou ontem o maior desafio apresentado por seus opositores à legitimidade do seu segundo mandato de seis anos, que iniciou há duas semanas, precisamente diante do Supremo, depois que Guaidó se autoproclamou como presidente diante de milhares de simpatizantes em Caracas.

A ação do opositor foi respaldada imediatamente pelos Estados Unidos, pela União Europeia e vários países da região, como o Brasil, enquanto Bolívia, Cuba, Rússia, México, Nicarágua, Irã e Turquia expressaram seu apoio a Maduro.