ONG venezuelana contabiliza 369 detenções durante protestos
Caracas, 25 jan (EFE).- A ONG Foro Penal Venezolano, que advoga para os considerados "presos políticos" na Venezuela, cifrou nesta sexta-feira em 369 as detenções registradas esta semana durante os protestos antigovernamentais que ocorreram, especialmente em áreas pobres.
"Desde 21 de janeiro estamos falando de 369 detenções por protestos", disse a jornalistas o diretor da ONG, Alfredo Romero, após assinalar que a quarta-feira foi um dos dias com mais detenções nos últimos anos.
Apenas nesse dia, quando centenas de milhares de venezuelanos se manifestaram em todo o país para protestar contra o chefe do Estado Nicolás Maduro, 328 pessoas foram detidas pelas forças da ordem.
Romero explicou que "as detenções continuaram ocorrendo" ontem e que a ONG está verificando, por isso estima que o total de presos pode ultrapassar os 400 nas próximas horas.
O diretor da ONG ressaltou que os 369 detidos foram identificados com nome e sobrenome, que esta lista não inclui os detidos por delinquência e atos de vandalismo, e que a ONG representará judicialmente a maioria desse total.
Segundo os dados apresentados por Romero, o estado de Zulia, que faz divisa com a Colômbia, é o que registra maior número de detenções, com 85, seguido por Aragua (norte), com 63, e Monagas (leste), com 45.
Além disso, diretor da ONG denunciou que as detenções surgem primeiro como "desaparições forçadas" e que os órgãos de segurança do Estado estão fazendo buscas e detenções em áreas residenciais sem ordem judicial.
Os crimes dos quais os detidos são acusados são "terrorismo, instigação ao ódio, alteração da ordem pública e desacato à autoridade", segundo o relatório da ONG.
Outra organização não governamental, o Observatório Venezuelano de Conflito Social (OVCS), informou ontem que subiu para 26 o número de mortes ocorridas nos protestos. EFE
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