Talibãs nomeiam ex-número dois como chefe do escritório político no Catar
Cabul, 25 jan (EFE).- Os talibãs nomearam o seu ex-número dois, o mulá Abdul Ghani Baradar, como chefe do escritório político que possuem no Catar, com o objetivo de "fortalecer" as negociações com os Estados Unidos e acabar com o conflito no Afeganistão.
"Segundo o decreto emitido pelo líder do Emirado Islâmico (como os talibãs se autodenominam), o estimado mulá Baradar foi renomado (...) chefe do escritório político", anunciou ontem à noite o porta-voz insurgente, Zabihullah Mujahid, em comunicado.
O mulá Baradar foi solto em outubro do ano passado, no Paquistão. Antes de ser preso, em 2010, era considerado chefe militar da insurgência liderada pelo mulá Omar, cuja morte em 2013 foi divulgada dois anos depois.
O porta-voz talibã afirmou que a "medida foi tomada para fortalecer e desenvolver de modo mais apropriado o atual processo de negociação com os Estados Unidos".
"Com a nomeação do estimado mulá Abdul Ghani Baradar, a equipe negociadora do Emirado Islâmico prosseguirá as conversas com os Estados Unidos", disse ele.
As conversas começaram esta semana no Catar. Esta é a quarta rodada de negociações.
A libertação de Baradar coincidiu com os pedidos dos talibãs de se reunirem com representantes do governo americano para promoverem conversas de paz, embora os Estados Unidos tenham preferido deixar esse assunto nas mãos do Afeganistão. Os insurgentes, no entanto, se negam a tratar o tema com o governo afegão, que eles consideram marionete dos Estados Unidos.
Nos últimos meses, insurgentes e americanos mantiveram várias reuniões nos Emirados Árabes e no Catar, e os talibãs também se reuniram com representantes iranianos em Teerã no final do dezembro. Na semana passada, os talibãs ameaçaram paralisar todas as conversas depois que a parte americana se negou "a tratar a retirada de tropas estrangeiras do Afeganistão".
Desde o fim da missão de combate da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em janeiro de 2015, o governo afegão vem perdendo terreno para os insurgentes. Atualmente, os talibãs controlam 56% do país, conforme dados da Inspeção Geral Especial para a Reconstrução do Afeganistão (Sigar) do Congresso dos Estados Unidos. EFE
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