Rússia está pronta para "formatos internacionais" de mediação na Venezuela
Moscou, 31 jan (EFE).- A Rússia está preparada para participar de "formatos internacionais" de mediação para tentar resolver a atual situação na Venezuela, disse nesta quarta-feira o ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov.
"Estamos prontos para participar de esforços internacionais (de mediação) em formatos que sejam aceitáveis às partes venezuelanas" em conflito, disse o chefe da diplomacia russa em entrevista coletiva com o ministro das Relações Exteriores do Iraque, Mohamed Ali Alhakim.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse em entrevista à agência russa "RIA Novosti" que está disposto a se sentar com a oposição para dialogar, com uma agenda aberta, sobre "a paz e o futuro" do país, depois que o chefe do Parlamento, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente interino.
Maduro também disse que atualmente há conversas privadas e por telefone entre presidentes e chanceleres e que espera que "haja bons resultados nas próximas horas", já que vários governos lançaram a ideia de um diálogo, como México, Uruguai, Bolívia, Rússia e o Vaticano, entre outros.
Lavrov ressaltou que qualquer iniciativa de mediação deveria "ser imparcial" e unir "uma ampla categoria de atores internacionais que têm tanta influência sobre o governo e sobre a oposição".
"Desejamos realmente ajudar a criar as condições para um diálogo entre o governo e a oposição, e estamos abordando o mesmo com nossos parceiros venezuelanos, a China e países latino-americanos e europeus", acrescentou.
O porta-voz presidencial, Dmitry Peskov, declarou nesta quarta-feira em entrevista coletiva que Moscou ainda não recebeu propostas concretas do presidente Maduro.
Lavrov elogiou a disposição do presidente venezuelano "de aceitar esforços (de mediação) internacionais" e pediu para que a oposição "mostre um enfoque igual de construção", "retire os ultimatos" e "atue de maneira independente", em interesse dos venezuelanos.
"Até agora todas as iniciativas (de mediação) se deparam com uma negativa categórica, com a rejeição dos líderes opositores a qualquer diálogo", argumentou o ministro russo das Relações Exteriores, que opinou que "o Ocidente publicamente os encoraja a adotar essa postura destrutiva". EFE
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