Imprensa venezuelana se solidariza com Efe e sindicato pede atenção da ONU
Caracas, 31 jan (EFE).- O Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa da Venezuela (SNTP) convocou nesta quinta-feira uma atividade de solidariedade aos jornalistas detidos nos últimos dias no país, entre eles três profissionais da Agência Efe que já foram libertados, e chamou a atenção da ONU para estes eventos.
Na atividade, que aconteceu em frente aos escritórios da Efe em Caracas, o secretário-geral do SNTP, Marco Ruíz, disse que entregou um documento à ONU para que "faça um acompanhamento da maneira grosseira" usada pelos organismos de segurança do Estado e pelas instituições públicas para "diminuir as garantias" dos venezuelanos.
Ruíz condenou a tentativa de "silenciar, perseguir e fustigar" os meios de comunicação que trabalham na Venezuela e declarou que durante este mês de janeiro foram registrados 40 ataques à liberdade de expressão, entre eles 19 detenções de trabalhadores da imprensa.
"O que está ocorrendo na Venezuela não são fatos isolados nem se deve ao fato de que um jornalista tenha estado em um lugar não indicado, é sistemático, é uma política (...) pela via legal, pela via da criação de novas leis, pela via da censura, das detenções, se debilita e se encurrala uma profissão como esta", lamentou.
Nesse sentido, alertou que há uma "deterioração dramática" da liberdade de expressão ao assinalar que o ocorrido nas últimas 48 horas com jornalistas estrangeiros poderia repetir-se.
Ruíz também denunciou que, embora o chanceler do país, Jorge Arreaza, tenha dito nesta quarta-feira que a imprensa estrangeira deve pedir permissão para fazer coberturas, na Venezuela a maioria destas solicitações "não são respondidas".
Nesta quarta-feira, três jornalistas da Efe, o espanhol Gonzalo Domínguez e os colombianos Leonardo Muñoz e Maurén Barriga, foram detidos pelo Serviço de Inteligência, junto com o motorista de nacionalidade venezuelana, José Salas.
A equipe da Efe, que ao chegar à Venezuela declarou diante das autoridades que realizaria um trabalho jornalístico no país, foi liberada durante esta quinta-feira e os funcionários que os retiveram lhes pediram desculpas pelo que asseguraram ter sido "um erro".
Ao chegar aos escritórios da Efe em Caracas, dezenas de jornalistas esperavam para saber como estavam os colegas que tinham sido detidos.
Nos últimos dois dias foram denunciadas também as detenções de dois jornalistas chilenos que foram deportados, outros dois franceses e dois venezuelanos já libertados. EFE
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