Topo

Primeiro-ministro da Polônia cancela ida a Israel por declaração de Netanyahu

17/02/2019 15h16

Berlim, 17 fev (EFE).- O primeiro-ministro da Polônia, Mateusz Morawiecki, suspendeu a viagem que faria a Israel, onde compareceria à cúpula do Grupo de Visegrado, após a polêmica gerada pela declaração do chefe de Estado israelense, Benjamin Netanyahu, sobre a suposta colaboração da Polônia com o Holocausto.

Fontes do governo polonês explicaram ao canal polonês "TVN24" que o país será representado na reunião pelo ministro das Relações Exteriores, Jacek Czaputowicz.

A decisão, segundo uma das fontes, é uma resposta ao mal-estar causado pelas declarações "inaceitáveis" de Netanyahu a respeito do Holocausto, que foram "recebidas muito dolorosamente" pela Polônia.

A cúpula do grupo de Visagrado - formado por Polônia, República Tcheca, Hungria e Eslováquia - será realizada na próxima semana, em Jerusalém. No encontro serão abordados, entre outras questões, os assuntos tratados na conferência sobre o Oriente Médio finalizada na semana passada em Varsóvia, que contou com a presença de Netanyahu.

O que prejudicou a realização do encontro bilateral foram as declarações do primeiro-ministro israelense durante a estadia na capital da Polônia, onde afirmou que os poloneses "colaboraram com os alemães no Holocausto", segundo foi citado por um meio.

O Ministério das Relações Exteriores polonês convocou há dois dias a embaixadora de Israel em Varsóvia para pedir explicações. A diplomata, Anna Azari, afirmou que tais declarações não estavam corretas e falou de tergiversação por parte da imprensa.

Segundo o "Jerusalem Post", Netanyahu disse em uma conversa com jornalistas israelenses durante a conferência sobre o Oriente Médio que "poloneses colaboraram com os alemães no Holocausto".

De acordo com o jornal, o governante israelense pretendia criticar a legislação polonesa que penaliza qualquer afirmação ou publicação que relacione o Estado polonês com qualquer ato de colaboração com os nazistas durante a 2ª Guerra Mundial. EFE