Líbia realiza suas primeiras eleições municipais após 5 anos de guerra
Trípoli, 30 mar (EFE).- Nove cidades líbias elegeram neste sábado seus representantes em suas respectivas câmaras municipais nas primeiras eleições locais que são realizadas no país norte-africano nos últimos cinco anos.
Segundo fontes oficiais, apenas 38% dos recenseados participaram de uma consulta que é, igualmente, um teste para a consulta nacional que a ONU prepara como saída à guerra civil que assola o país desde 2014.
"A votação foi realizada em nove municípios do oeste e do sul do país sem que se tenha registrado nenhum ato de violência. É a primeira fase de um plano projetado para realizar eleições em 33 municípios ao longo das próximas semanas", declarou à Agência Efe um dirigente político líbio.
Na Líbia existe um total de 120 municípios desde que em 2013 começou a ser aplicado um plano de reestruturação e reforma territorial destinado a acabar com o centralismo que perdurou durante os 42 anos de ditadura de Muammar Kadhafi.
Alguns desses municípios já elegeram seus vereadores e prefeitos em 2014, ano no qual aconteceram as últimas eleições legislativas.
O resultado da consulta não foi reconhecido por uma parte do parlamento em fim de mandato, que decidiu continuar com suas funções na cidade de Tobruk e abriu a porta a uma guerra civil que ainda abala o país.
A consulta coincidiu neste sábado com uma reunião em Túnis do chamado Quarteto da Líbia, integrado pela ONU, a União Europeia, a União Africana e a Liga Árabe, destinado a respaldar o plano de reconciliação do enviado especial das Nações Unidas, Ghassam Salem, que inclui eleições legislativas este ano.
A Líbia é vítima do caos e da guerra civil, desde que em 2011 a OTAN colaborou militarmente para vitória de diferentes grupos rebeldes sobre a ditadura de Kadhafi.
Atualmente, o país tem dois governos, um em Trípoli sustentado pela ONU e pela UE, e outro em Tobruk sob a tutela do marechal Khalifa Hafter, homem forte do país.
Essa divisão é aproveitada por milícias e grupos mafiosos dedicados ao contrabando de armas, combustível e pessoas, que são a verdadeira força econômica do país. EFE
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