Jair Bolsonaro aterrissa em Israel e promete aproveitar potencial de relação
Aeroporto de Ben Gurion (Israel), 31 mar (EFE).- O presidente Jair Bolsonaro aterrissou neste domingo em Israel para iniciar uma visita oficial de quatro dias em um país para o qual expressou sua admiração em repetidas ocasiões.
Em um gesto de especial atenção que não tem com todos os líderes que chegam ao país, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, lhe recebeu pessoalmente com uma cerimônia de honra no aeroporto internacional de Ben Gurion, perto de Tel Aviv.
"Em janeiro (quando esteve em Brasília para presenciar a posse) abrimos um novo caminho na nossa relação. E depois de apenas três meses acontece sua primeira visita a Israel para levar nossas relações a uma nova fase", declarou Netanyahu.
Segundo o primeiro-ministro israelense, Bolsonaro lidera "a maior delegação que chegou a Israel vinda do Brasil", um país "com muito potencial que será aproveitado também pelo povo de Israel".
Bolsonaro, por sua vez, lembrou sua viagem a Israel em 2016, quando foi batizado no rio Jordão, em um discurso infestado de referências religiosas, e afirmou que esta visita acontece no momento em que se completam cem dias do seu governo "firmemente decidido" a fortalecer laços com Israel.
"Os israelenses e os brasileiros compartilham valores, tradições culturais, apreço à liberdade e à democracia (...) Temos que explorar o potencial e isso é o que vamos fazer nesta visita", enfatizou.
Cerca de cem jornalistas locais e internacionais presenciaram a aterrissagem de Bolsonaro, protegido por um grande esquema de segurança.
Nesta tarde, às 17h (horário local, 10h de Brasília), o presidente se reunirá com Netanyahu para assinar acordos bilaterais nos setores de ciência e tecnologia, defesa, segurança pública, aviação, saúde e medicina, após o que ambos terão um encontro de trabalho, ao qual se seguirá mais tarde um jantar de honra.
Nos próximos dias, Bolsonaro terá reuniões com empresários, representantes políticos e membros da comunidade brasileira em Israel e visitará o Museu do Holocausto e alguns dos lugares santos de Jerusalém, como o Santo Sepulcro, o templo mais sagrado do cristianismo, e o Muro das Lamentações, local de culto mais sagrado para os judeus.
Estes dois últimos estão na parte ocupada de Jerusalém, mas o seu escritório os incorporou no programa como parte da sua estadia oficial em Israel, o que ocasionou protestos da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).
Embora não haja confirmação oficial ainda, a expectativa é que Bolsonaro, que mostrou uma aberta simpatia por Israel e por Netanyahu, anuncie a abertura de um escritório de negócios em Jerusalém, que poderia ser um passo prévio à possível transferência da embaixada do Brasil à Cidade Santa, seguindo os passos dos Estados Unidos e contrariando o consenso internacional. EFE
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