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Japão pede mais provas aos EUA sobre autoria do Irã em ataque a navios

16/06/2019 08h05

Tóquio, 16 jun (EFE).- O governo do Japão pediu aos Estados Unidos provas concretas para embasar sua informação de que o Irã está por trás do recente ataque a dois navios petroleiros no golfo de Omã, sobre cuja responsabilidade Tóquio evitou se pronunciar até agora.

Horas depois do ataque na última quinta-feira, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, acusou o Irã sem oferecer provas e posteriormente seu Departamento publicou um vídeo no qual supostamente um bote patrulheiro iraniano aparecia tirando uma mina não explodida do casco do petroleiro japonês Kokuka Courageous.

O Japão continua sem estar convencido e considera que as explicações dos EUA não ajudaram a "passar da especulação", revelaram fontes do governo em informações publicadas neste domingo pela agência de notícias "Kyodo".

Pompeo disse que a avaliação dos EUA se baseia em "relatórios de inteligência, nas armas utilizadas, no nível de conhecimento necessário para executar a operação, nos ataques similares contra navios cometidos pelo Irã recentemente e no fato de que nenhum grupo rebelde da região tem os recursos para atuar com tal nível de sofisticação", argumentos que não convenceram Tóquio.

Se ter o nível de experiência necessária é considerado um argumento de peso para determinar que foi o Irã, a suspeita "também se aplicaria aos EUA e a Israel", disse uma fonte do Ministério das Relações Exteriores do Japão.

"Estas não são provas definitivas de que se trata do Irã", declarou à agência uma fonte próxima ao primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe.

O Japão está levando muito a sério a investigação do ataque, que aconteceu quando Abe estava se reunido com o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, em Teerã.

"Os ataques afetaram gravemente a reputação do primeiro-ministro porque estava tentando ser mediador entre os EUA e o Irã", afirmou a mesma fonte, que classificou o assunto como uma "preocupação séria" para Tóquio, no qual "cometer erros na hora de determinar os fatos é inadmissível". EFE