Criança palestina está em estado crítico após tiro na cabeça durante protesto

Uma criança palestina de dez anos está internada em estado crítico após receber um disparo na cabeça ontem durante um protesto na cidade de Kafr Qaddum, na Cisjordânia ocupada, no qual houve enfrentamentos com o exército de Israel.

O menino foi levado a um hospital da cidade de Nablus, onde foi operado do ferimento provocado por munição real, segundo denunciou neste sábado o Movimento Internacional de Solidariedade (ISM, na sigla em inglês), que acusa os soldados israelenses pelos disparos.

Em uma tomografia cerebral, os médicos identificaram "mais de 100 fragmentos de bala" na cabeça do menor.

Uma porta-voz do exército israelense disse à Agência Efe que os soldados "responderam com meios de dispersão" contra 60 manifestantes "que provocaram distúrbios, jogaram pedras contra as tropas e queimaram pneus".

A militar não detalhou, no entanto, se as tropas dispararam munição real ou balas de borracha, e acrescentou que está sendo realizada uma investigação interna para esclarecer o incidente.

Por sua parte, o Ministério de Saúde palestino acusou Israel de ter cometido um "crime", e considerou que o caso do menor palestino "não será o último se continuar o silêncio da comunidade internacional diante das repetidas violações israelenses das convenções internacionais".

As manifestações na vila palestina de Kafr Qaddum se repetem semanalmente há quase uma década, com protestos contra o fechamento por parte de Israel de uma estrada há mais de 14 anos.

Nesta sexta-feira, na Faixa de Gaza, as mobilizações semanais da denominada Grande Marcha do Retorno se saldaram com 33 manifestantes feridos por disparos de bala das tropas israelenses postadas na cerca de separação entre o enclave palestino e Israel.

Horas depois, durante a noite, dois foguetes lançados da Faixa para território israelense fizeram soar os alarmes de várias comunidades contíguas com Gaza, mas os projéteis que caíram em campo aberto sem provocar feridos.