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Ucrânia captura petroleiro russo em porto do Mar Negro

Imagem mostra o petroleiro russo Nika Spirit, antes chamado Neyma - State Border Guard Service of Ukraine via Reuters
Imagem mostra o petroleiro russo Nika Spirit, antes chamado Neyma Imagem: State Border Guard Service of Ukraine via Reuters

Em Kiev

25/07/2019 09h46

A Ucrânia anunciou hoje a captura em um porto do Mar Negro de um petroleiro da Rússia envolvido no incidente naval ocorrido em novembro do ano passado entre ambos os países no qual foram detidos os 24 tripulantes de três navios da Marinha ucraniana.

Segundo informou hoje o Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU, na sigla em ucraniano), a embarcação com bandeira russa Nika Spirit - antigo Neyma -, foi aprisionado ao entrar no porto de Izmail, na região ucraniana de Odessa.

A nota explica que os tripulantes do petroleiro russo, que bloqueou em novembro de 2018 a passagem dos navios da Marinha ucraniana pelo estreito de Kerch, foram interrogados.

As autoridades ucranianas acusam o Nika Spirit de mudar de nome para esconder seu envolvimento no ato de agressão contra a Marinha da Ucrânia.

O SBU informou que as forças do Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB, antiga KGB) violaram o direito internacional do mar ao impedir a passagem dos navios ucranianos com o uso da força e a ajuda do petroleiro Nika Spirit.

A manobra da embarcação russa obrigou os navios ucranianos a recuar quando se dirigiam do porto de Odessa, no mar Negro, ao de Mariupol, no mar de Azov, compartilhado por Rússia e Ucrânia.

A Ucrânia acusa a Rússia de cometer um "ato de agressão militar" contra as lanchas-patrulha Berdiansk e Nikopol e o rebocador Yani Kapu, que foram detidos pelas autoridades russas.

Em meados de julho, os 24 marinheiros ucranianos, cuja libertação é exigida pela Ucrânia e pelo Ocidente, tiveram sua prisão preventiva prolongada por mais três meses.

Fontes do Ministério das Relações Exteriores da Rússia informaram hoje que estão a par da captura do petroleiro e pediram à Ucrânia para avaliar as consequências dos seus atos.

Enquanto isso, alguns políticos não hesitaram em tachar tal incidente de ato de pirataria, ao mesmo tempo em que consideraram que este fato dificultará a possível da libertação dos marinheiros ucranianos.

Apesar da unânime condenação da comunidade internacional, o presidente Vladimir Putin defendeu o uso da força em novembro contra os navios ucranianos, alvejados pela Guarda Costeira russa.