Premiê do Canadá pede desculpas por foto com "blackface" tirada em 2001
Toronto, 18 set (EFE).- O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, reconheceu nesta quarta-feira que posou em 2001 para um foto em que estava fantasiado de Aladdin com "blackface", uma imagem que ele próprio considerou como "racista" e que foi divulgada faltando cerca de um mês para as eleições gerais do país.
A imagem foi revelada pela revista americana "Time". Depois do escândalo, Trudeau foi obrigado a reconhecer que a foto foi tirada há 18 anos durante uma festa a fantasia de uma prestigiada escola particular de Vancouver, onde ele era professor.
Na foto, Trudeau aparece sorridente, com um turbante na cabeça, como o personagem do filme da Disney, e o rosto pintado com uma tinta marrom. Na época, o hoje primeiro-ministro, que tentará a reeleição, tinha 29 anos e é o único com "blackface".
"Em 2001, quando era professor em Vancouver, fui a uma festa. O tema era as Mil e Uma Noites. Me fantasiei de Aladdin e me maquiei. Não deveria tê-lo feito. Deveria ter sabido que não era adequado, mas o fiz e realmente sinto muito. Lamento profundamente", disse Trudeau.
Questionado por jornalistas, Trudeau reconheceu que a imagem tem profundas conotações racistas, mas disse que não considerou o gesto como preconceituoso na época. O primeiro-ministro também admitiu que esta não foi a única vez que usou uma "blackface".
"Foi algo estúpido que desejaria não ter feito, mas fiz e por isso me desculpo", afirmou.
Apesar da pressão, o primeiro-ministro descartou a hipótese de não disputar as eleições do próximo mês. Vários candidatos a deputado no país foram obrigados a desistir das candidaturas depois da revelação de antigas mensagens com conteúdo racista postadas nas redes sociais.
Um dos adversários de Trudeau, Jagmeet Singh, que lidera o terceiro partido com maior representação no parlamento do Canadá, o Novo Partido Democrata, é de origem sikh e sempre usa um turbante. Depois da divulgação da foto, ele afirmou que o comportamento de Trudeau é um insulto para muito dos canadenses.
"O racismo é real. As pessoas nesta sala o sentiram. Eu experimentei isso na minha vida. Ele tem que responder por essas questões", disse Singh.
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