Presidente da Ucrânia nega ter sido pressionado por Trump a investigar Biden

O presidente da Ucrânia, Vladimir Zelenski, negou nesta quarta-feira ter pressionado promotores de seu país a abrir uma investigação contra Joe Biden, ex-vice-presidente dos Estados Unidos e candidato às primárias democratas de 2020, como foi pedido por Donald Trump durante uma polêmica conversa por telefone que motivou a abertura de um processo de impeachment contra o presidente americano.

"Temos um país e um procurador-geral independentes. Não posso pressionar ninguém", disse Zelenski a jornalistas depois de se reunir com Trump em Nova York, onde ambos estão para participar da Assembleia Geral da ONU.

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O encontro ocorreu horas depois de a Casa Branca publicar um memorando com trechos não literais da ligação entre os dois em julho. A conversa mostra que o presidente americano pede a Zelenski que investigue o filho do ex-vice de Barack Obama, Hunter Biden, por suspeitas de corrupção de ambos na Ucrânia.

Trump, porém, reiterou que não fez nada de errado na ligação e que não pressionou o presidente da Ucrânia a investigar um potencial adversário nas eleições de 2020. "Em outras palavras, sem pressão. (...) E, por sinal, você sabe que não houve pressão", afirmou, olhando diretamente para um dos jornalistas que estava no local.

Perguntado se concordava com as afirmações do presidente americano, Zelenski se limitou a sugerir que os jornalistas lessem o memorando da conversa entre os dois.

"Sinto muito, mas não quero me intrometer em uma eleição democrática e aberta como a dos Estados Unidos. Conversamos sobre muitas coisas. Não me pressionou em nada. Não houve pressão", ressaltou o presidente ucraniano.

Os dois ainda adotaram um tom irônico para comentar a ligação. Trump disse a Zelenski que o tornou mais "famoso" devido à polêmica. Já o presidente da Ucrânia respondeu que era melhor se reunir em pessoa com o americano do que conversar por telefone.

Trump também falou sobre a presidente da Câmara de Representantes dos EUA, a democrata Nancy Pelosi, que ontem anunciou a abertura de um processo de impeachment contra ele.

"(Ela) perdeu as rédeas. A esquerda radical tomou as rédeas dela. Infelizmente, já não é a presidente da Câmara de Representantes", concluiu o presidente americano.