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No Dia do Migrante e do Refugiado, papa Francisco pede fim da discriminação

Papa Francisco criticou o que chamou de "cultura de descarte" - Reuters
Papa Francisco criticou o que chamou de 'cultura de descarte' Imagem: Reuters

Da EFE

Na Cidade do Vaticano

29/09/2019 07h51

O papa Francisco lamentou neste domingo que o mundo seja cada vez mais cruel com os excluídos e pediu o fim da discriminação durante uma missa especial celebrada pelo Dia Mundial do Migrante e do Refugiado".

"O mundo atual é cada dia mais elitista e cruel com os excluídos", disse Francisco na missa realizada na Praça de São Pedro, no Vaticano, acompanhada por milhares de fiéis de diversas partes do mundo.

Francisco falou sobre a necessidade de aceitar os demais, especialmente os excluídos, e fez menção especial aos "forasteiros, às viúvas e aos órfãos" por serem, segundo ele, pessoas que frequentemente "carecem de direitos" e acabam marginalizados nas sociedades sociais.

O pontífice também alertou sobre o risco de as sociedades modernas se tornarem tão preocupadas em preservar seu próprio bem-estar e ignorem outras pessoas em dificuldades.

Pela ocasião do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, Francisco não se restringiu ao grupo para criticar a sociedade global.

"Não se trata só dos migrantes, mas de todos os moradores das periferias existenciais que, junto com os migrantes e refugiados, são vítimas da cultura do descarte", afirmou Francisco.

O papa também pediu para que haja reflexão sobre as injustiças que geram essa exclusão, em particular dos "privilégios de poucos que prejudicam muitos quando perduram".

"Os países em vias de desenvolvimento seguem esgotando seus melhores recursos naturais e humanos em benefício de alguns poucos mercados privilegiados. (...) Quem sofre as consequências são sempre as crianças, os pobres, os mais vulneráveis, que são impedidos de sentar-se à mesa e ganham só as migalhas do banquete", afirmou o pontífice.

Francisco defendeu que os fiéis não devem ficar indiferentes diante da injustiça e da discriminação.

"Não podemos mais chorar. Não podemos deixar de reagir. Se quisermos ser homens e mulheres de Deus, como pede São Paulo a Timóteo, devemos guardar o mandamento sem mancha nem reprovação até a manifestação do nosso senhor Jesus Cristo. E esse mandamento é amar a Deus e ao próximo", afirmou o papa durante a missa.

O pontífice também defendeu a construção de um mundo mais justo, onde todos possam se realizar como pessoas e como famílias e no qual os direitos fundamentais e a dignidade estejam garantidos para todos.