Iraque pede à ONU que condene ataques de EUA e Irã no território do país
Nações Unidas, 10 jan (EFE) — O Iraque solicitou nesta sexta-feira ao Conselho de Segurança da ONU que condene os ataques tanto dos Estados Unidos como os do Irã no território do país.
"Condenamos com contundência os ataques e agressões que violam a soberania do Iraque e a Carta das Nações Unidas. Pedimos ao Conselho de Segurança que condene esses ataques", disse o embaixador do Iraque na ONU, Mohammed Hussein Bah Alulum.
No pronunciamento feito durante reunião do Conselho de Segurança, o diplomata iraquiano também pediu calma para evitar uma escalada do conflito na reunião e que os envolvidos não tomem medidas unilaterais.
Como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU ao lado de Rússia, China, França e Reino Unido, os Estados Unidos têm poder de veto e pode barrar a resolução proposta pelo governo do Iraque.
No último dia 3, o governo americano matou em Bagdá o general iraniano Qassem Soleimani. Cinco dias depois, o Irã respondeu bombardeando duas bases iraquianas usadas por tropas dos EUA.
"É fundamental que não sejam tomadas mais medidas unilaterais que debilitem os esforços internacionais destinados a combater o terrorismo. Os terroristas podem aproveitar desta situação para pôr em perigo o nosso povo, o que também pode colocar em perigo a segurança internacional", disse o diplomata no pronunciamento.
Sem citar explicitamente o Irã ou os EUA, Alulum disse que alguns países não estão cumprindo os princípios defendidos na Carta da ONU e "escolheram o conflito no lugar da cooperação para defender seus interesses".
"Eles recorreram à força, violando a soberania dos Estados e sua integridade territorial. Isso pode ter consequências catastróficas para a paz e a segurança internacionais", reforçou o diplomata.
O Iraque defende que todas as partes envolvidas no recente conflito "voltem à razão" na hora de tomar decisões e recorram a canais políticos e diplomáticos para evitar uma nova escalada do problema.
"Não somos inimigos de ninguém, mas sim amigos de todos", disse Alulum, que ressaltou o desejo do Iraque de reconstruir o país depois de expulsar o grupo terrorista Estado Islâmico de parte de seu território.
O primeiro-ministro do Iraque, Adel Abdel Mahdi, pediu aos Estados Unidos que envie representantes a Bagdá para estabelecer um mecanismo de retirada das tropas americanas do país.
O pedido atende à decisão do parlamento do Iraque, que solicitou ao governo que não mais permita a presença de qualquer força estrangeira no território do país.
No entanto, os EUA reiteraram nesta sexta-feira que não contemplam retirar suas tropas do Iraque e afirmaram que são uma "força para o bem" no Oriente Médio.
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